Realização de um milagre 'geek'

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Luís Felipe Soares

 O Brasil parece ter finalmente entrado no roteiro das convenções geek mundiais. Se muitos amantes da cultura pop sonham participar de alguma edição desses eventos, agora existe oportunidade em seu próprio País com a Comic Con Experience. A primeira edição começou ontem, no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center (Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5), na Capital, e segue com atividades até domingo. Os poucos ingressos ainda disponibilizados estão à venda somente na bilheteria do local, com entradas entre R$ 160 e R$ 200.

Trata-se de um projeto elaborado nos últimos anos e tido hoje como um “verdadeiro milagre” após tantos altos e baixos. “É a realização do sonho de todos os envolvidos. Já tivemos vivências em eventos fora nos últimos dez anos e trazer essa ideia para cá é incrível”, afirma Marcelo Forlani, editor do site Omelete (www.omelete.com.br) e um dos responsáveis pela convenção. “(O evento) Foi montado em cima de certos pilares. O principal é o conteúdo, com palestras e apresentações que não ocorrem em outras feiras nestes moldes no Brasil. Em segundo, temos o consumo, com lojas cujos materiais emocionam com tanta diversão e perfeição dos bonecos. O terceiro ponto é o contato com as pessoas, uma vez que a paixão que temos é a mesma de quem está nas filas durante os quatro dias.”

A imersão no universo pop passa por diferentes vertentes. O destaque fica por conta de grandiosos estandes montados para divulgar alguns dos principais lançamentos do cinema dos próximos tempos, casos de Os Vingadores 2: A Era de Ultron, Mad Max: Estrada da Fúria, Uma Noite no Museu 3 e a animação Operação Big Hero. Para os fãs da televisão, há espaços destinados aos seriados The Walking Dead, Friends e Os Simpsons, incluindo réplica do sofá da casa de Homer e Marge. O chamado Artists’ Alley (beco dos artistas, em português) reúne quadrinistas nacionais e internacionais, em um total de 215 convidados – a San Diego Comic-Con, o maior evento do gênero, que ocorre sempre no mês de julho nos Estados Unidos, recebeu, neste ano, 208 artistas em seu espaço reservado para os desenhistas.

Entre as principais atrações estão encontros com artistas internacionais. Os atores Sean Astin (da saga O Senhor dos Anéis e do clássico oitentista Os Goonies) e Jason Momoa (com participação em Game Of Thrones e recém-contratado para viver o herói Aquaman nos cinemas em 2018) são algumas das atrações nos dois auditórios do espaço. Édgar Vivar, o Senhor Barriga da série Chaves, foi uma das estrelas de ontem. A dica é observar a programação (www.ccxp.com.br) e garantir lugar nas filas.

Montar uma agenda de peso não foi nada fácil. “É um inferno. Anunciamos o evento e os haters (como são conhecidos os internautas que criticam temas de maneira arbitrária) da internet já reclamavam que haveria apenas youtubers e dubladores. Precisávamos buscar coisas além do conhecido. Artistas e produtores são pessoas difíceis e os contratos são complicados”, diz Érico Borgo, um dos realizadores da Comic Con Experience. Um dos critérios levados em conta foi encontrar nomes que gostassem de estar perto dos fãs.

Como não poderia ser diferente, algumas das principais editoras do País marcam presença na festa. O atrativo é disponibilizar descontos de seus produtos para os visitantes. Um garimpo entre os estandes revela 70% a menos do valor original de certos materiais da Leya (responsável pelas versões da série Game Of Thrones) e 20% off nos livros da Editora Aleph (que chega com o lançamento de Star Wars: Herdeiro do Império, de Timothy Zahn). Versões exclusivas de publicações para a CCXP também chamam a atenção.

A organização do evento tem parceria firmada com São Paulo Expo Exhibition & Convention Center por três anos e a segunda edição já está confirmada entre os dias 3 e 6 de dezembro do ano que vem. “Vamos errar muito, mas é algo natural. Estamos tentando controlar um Godzilla que estava deitado e que começa a ficar de pé. Não tínhamos com quem trocar ideias para pegar dicas, pois é uma dinâmica grande que nunca foi feita por aqui”, explica Borgo, recordando de experiências que teve ao longo da carreira na cobertura de realizações como esta. “A questão não é o que faltou (para esta primeira edição), mas o que ficou para o ano que vem”, brinca Forlani.




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