O adeus ao menino do barril

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Marcela Munhoz <br> Do Diário do Grande ABC

Mais uma vez Roberto Gómez Bolaños fez subir o índice de audiência de diversos canais de TV do planeta. Desta vez, porém, para dar adeus. Seu velório e enterro, que aconteceram ontem na Cidade do México, foram transmitidos ao vivo por variadas redes. No Brasil, a missão foi do SBT, onde seu programa faz parte da grade desde 1984.

Morto na sexta-feira aos 85 anos no balneário de Cancún, o corpo de Bolaños foi transferido para a capital mexicana e teve, pela manhã, um velório privado para família – incluindo mulher, filhos e netos –, personalidades, amigos e colegas, como Edgar Vivar, o Seu Barriga, e Carlos Villagrán, o Quico, na sede da Televisa. Antes de chegar ao local, a viúva Florinda Meza fez questão de agradecer o carinho dos fãs: “Obrigada por todo o apoio que deram a meu Roberto”, disse emocionada.

Depois, o caixão seguiu em carro aberto e envolto por uma redoma de vidro para o estádio Azteca. O local, com capacidade para 100 mil pessoas, ficou lotado de Chaves, Chapolins e de outros personagens inesquecíveis criados pelo artista, que aguardaram para participar da cerimônia Chesperirito: Obrigado para sempre (#graciaschesperito). Assim que chegou, Bolaños foi ovacionado. Versos de canções criadas para o seriado foram entoados em coro enquanto o caixão dava uma volta olímpica no estádio com o corpo do artista, fã de esportes, especialmente de futebol.

Durante a cerimônia, o público teve a chance de depositar flores brancas próximo à urna. O ato foi inaugurado por Florinda Meza e, depois, pelos filhos de Bolaños e amigos íntimos. Antes do adeus final a um dos mais inesquecíveis e respeitados atores de seriado infantil de todos os tempos, foi realizada missa de corpo presente.

O órfão Chaves ficaria muito feliz com a festa que avôs, avós, pais, mães, tios, tias, irmãos, irmãs e filhos adotivos do mundo inteiro fizeram em homenagem a ele, que reclamaria só de uma coisa: faltaram sanduíches de presunto, churros, tortas e sucos de tamarindo em sua despedida.

EM SÃO PAULO
O domingo no Brasil também foi marcado por várias homenagens a Roberto Gómez Bolaños. A comoção era tanta que muitos fãs – cerca de 10 mil, segundo a organização - não reclamaram nenhum um pouco de ficar, ao menos, três horas na fila de exposição montada no Pavilhão México no Memorial da América Latina (Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664. Tel.: 3823-4600), em São Paulo. O sucesso foi enorme e a direção do local prorrogou a visitação gratuita até domingo. O local vai abrir de terça a domingo, das 9h às 18h. Além de réplica fiel da Vila do Chaves, a mostra também tem um painel com os melhores momentos da série e um Altar dos Mortos típico mexicano. O público também tem a chance de deixar recados ao ídolo.

Avalanche de homenagens inunda internet - Desde que foi anunciada a morte do intérprete de Chaves e Chapolin na sexta-feira no fim da tarde, as redes sociais foram bombardeadas com declarações, vídeos, fotos e frases célebres do seriado de todos que quiseram prestar sua última homenagem ao ídolo mexicano. Os desenhos de ilustradores e chargistas (confira abaixo) se destacaram e foram incansavelmente compartilhados. Com as hastags #obrigadochaves, #chaveseterno, #ripbolaños, #ripchaves, entre tantas outras, fãs se uniram em adoração a Bolaños.

Os atores da turma do Chaves também se manisfestaram. Edgard Vivar, o Seu Barriga, escreveu: “Roberto não se vai, permanece no meu coração e no de todos que te assistiram felizes por tantos anos. Adeus, Chaves. Até sempre”. O Quico – papel de Carlos Villagrán – declarou: “Só quando se vive a realidade de uma ausência, se descobre o verdadeiro sentimento de uma amizade e de um grande mestre.” Rubén Aguirre, o Professor Girafales, elogiou o colega: “Era um excelente diretor e escritor. Fomos companheiros. Era um homem muito inteligente” e Maria Antonieta de Las Nieves, a Chiquinha, fez questão de agradecer Bolaños “por fazer tanta gente feliz e por todos os momentos maravilhosos que compartilhamos no grupo.”




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