Mãe de todos

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Gustavo Cipriano

''Um grande abraço em toda a sociedade’, ‘Madre Teresa de Calcutá versão brasileira’ e assim vai. As palavras não são suficientes para que os familiares e conhecidos de Clory Fagundes de Marques consigam expressar a importância que essa mulher teve e tem em suas vidas. Imagine então assumir a tarefa de escrever um livro sobre ela. “O trabalho foi difícil, porque fiz questão de manter os depoimentos os mais fiéis possíveis”, diz Edson Zeca da Silva, que é sociólogo.
 
O autor de Mamãe Clory: A Nobreza da Vida – Vida e obra de Clory Fagundes de Marques relança a biografia amanhã, às 18h, na Academia de Letras da Grande São Paulo (Rua Dr. Augusto de Toledo, 255. Tel.: 4229-0245), em São Caetano. O livro custa R$ 20 e o valor arrecado será  revertido para o Lar da Mamãe Clory, fundado em 1969, em São Bernardo.
 
Baseado em documentos, registros e depoimentos, incluindo os da própria gaúcha, Edson passeia por toda a sua história de vida. Ele não pensa duas vezes em começar a narrativa com a chegada dos ancestrais de Clory ao Brasil, em 1494. “A maior inspiração dela era o pai e não tinha informação. Procurei pelo sobrenome e vi que havia ligação com a família de açoarinos que vieram para cá no século 18.” O autor chega no momento em que ela muda para São Bernardo, onde teve três filhos de sangue e outros milhares adotivos. “Ela sempre dizia que temos de cuidar da Terra e dos que vivem nela. Queremos construir um futuro melhor para quem passa pelo Lar”, diz Soely Gozzi, diretora da instituto e filha de Clory.
 
Na casa, Clory cuidava de tudo. “Cansei de passar lá para conversar e ficava esperando por horas, enquanto estava atendendo as pessoas. Nada que prejudicasse o livro, pelo contrário. Fez parte do processo para que pudesse contar sua vida”, diz Edson.
 

Para que o projeto desse certo, o autor teve a chance de revirar um baú antigo com milhares de fotos, registros e objetos que ajudaram a narrar a sua vida. As famosas frases de Clory deram o toque especial. “Simplesmente quis passar para o leitor a figura que era. Cerca de dez minutos com aquela mulher bastavam para transformar qualquer um. Ela tratava as pessoas como as mais importantes do mundo e soltava um belo ‘Deus te abençoe’, com tanta força que não tinha como não sentir a energia”. Mamãe Clory morreu em 21 de novembro de 2011, aos 94 anos e teve a chance de ler o livro, menos o último capítulo.  




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