Todo o frescor dos Alpes

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Vinícius Castelli <br> Do Diário do Grande ABC

A Itália esconde segredos por toda a parte. Basta olhar um pouco ao lado para se deparar com cidadezinhas quase esquecidas no tempo e que, geralmente, são muito próximas aos grandes pontos turísticos. No Norte da Itália não é diferente. Depois de se esbaldar em Milão, a partir da Estação Milano Centrale, trens partem em direção às montanhas, perto da divisa com a Suíça.

Trata-se da região Piemonte. O caminho até a ‘sempre fresca’ Domodossola – como dizem os italianos – é um caso à parte. O bilhete (ida ou volta) custa R$ 30 em média e a viagem dura em média uma hora e vinte minutos. O encontro com o Lago Maggiore, a bordo do trem, é emocionante. É daquelas típicas paisagens italianas de filme de cinema, com muitas cores. A diferença é que ao vivo dá para sentir o cheiro da viagem. E se der vontade de ver o lago de perto, basta saltar em alguma das cidadezinhas e aproveitar.

O destino é Domodossola. Pequena e aconchegante, a cidade ao pé dos alpes italianos é ideal para quem quer um pouco de sossego. Com um pequenino Centro com ‘cara de medieval’, a cidade conta com feira de rua, alguns cafés, restaurantes para se esbaldar em deliciosas massas, doçarias e hotéis simples. É de Domodossola que parte o trem turístico para Locarno, na Suíça.

Não longe de lá, a bucólica Varzo (www.valdivedro.it) é lugar certo para quem quer, ou precisa, esquecer de todos os problemas. O local pode ser acessado de ônibus a partir de Domodossola em viagem que dura cerca de 15 minutos. Respirar ar puro, escutar o canto de diversos pássaros e beber água pura do vale é lá mesmo. Fincada no meio de uma cadeia de montanhas, Varzo tem visual de tirar o fôlego. Restaurantes e bares são poucos, mas o que tem sustentam os visitantes. O Rio Ri corta a pequena cidade de alto a baixo. No inverno ele fica congelado. Como toda cidade italiana, Varzo também tem sua igreja, a San Giorgio (São Jorge), cuja construção data do ano 1000 e que merece visita pela construção, afrescos e estátuas que guarda.

Para quem quer um pouco de agito, mesmo hospedado em Varzo, a boa notícia é a proximidade com San Domenico di Varzo, lugar que oferece pistas de ski (www.sandomenicoski.com). Um pouco mais adiante está o Parque Natural Alpe Veglia, a dez quilômetros de Varzo. Uma opção de hospedagem no local é o Albergo la Fonte Alpe Veglia. No meio dos alpes italianos, o parque pode ser acessado de ônibus ou de carro. Cascatas, rios, trilhas, queijos artesanais e muita beleza não faltam.

 

Que tal um bate e volta até a Suíça? - Para quem está na região de Varzo e Domodossola, uma boa sugestão é cruzar a fronteira da Itália com a Suíça e visitar a elegante cidade de Locarno. Um pequeno trem, o Centovalli Railway (www.centovalli.ch), parte da estação ferroviária de Domodossola e percorre cerca de 42 quilômetros no meio das montanhas. O bilhete (ida e volta) custa, em média, R$ 90.

Cada trecho da viagem leva em torno de duas horas, mas o passeio vale cada instante. Só assim é possível ver alguns vilarejos que ficam ‘perdidos’ entre as montanhas italianas. No verão e primavera, flores, cachoeiras e rios ilustram o caminho. No inverno, a paisagem é toda pintada de branco. Ainda que nas cidades mais baixas não esteja nevando, nesta região é praticamente certeza de ver o chão todo branquinho e os rios congelados. Situada às margens do imponente Lago Maggiore, aquele que também banha parte do Norte da Itália (inclusive cidades como Stresa), Locarno é pacata, pequena e não só pode como deve ser visitada a pé. Outra opção é alugar uma bicicleta. O valor por dia é em torno de R$ 80.

Apesar de ter quatro idiomas, o italiano é a língua falada na cidade. Não se esqueça também de que a Suíça não tem o euro como moeda oficial. Lá, o dinheiro usado é o franco suíço, que hoje custa, em média, R$ 2,60 cada. Cartões de crédito são aceitos em qualquer lugar. A estação ferroviária é bom ponto de partida para começar o passeio. De lá, dá para acessar a pé o centro antigo. Sentir o cheiro de longe das lojas de chocolates artesanais é comum. Não deixe de entrar e provar algo. Cafés e restaurantes também são opções.

A melhor pedida é passar um tempo observando o imenso lago e os Alpes – com seus picos nevados – que o cercam. No verão, as pessoas deitam no gramado para tomar banho de sol e sim, se banhar nas águas limpas do Maggiore. No frio, os bancos e os jardins que ficam na beira são opções para passar o tempo enquanto patos nadam no lago. É possível ter mais informações de Locarno no site www.ascona-locarno.com,

 

DICAS
Restaurantes: a maioria dos lugares na Itália oferece opção de ‘menu turístico’, com massa e carne. Custa em média R$ 32;
Varzo: dica de hospedagem é o simpático e aconchegante Bed and Breakfast Alpe Veglia (www.bbalpeveglia.it);
Artesanal: para quem gosta de vinho, não deixe de provar os que são produzidos na região do Piemonte;
Natureza: o Parque Alpe Veglia merece a visita. 




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