Com a consciência limpa

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Cesar Barbosa

A Nação Zumbi lançou em maio disco homônimo que deu fim a hiato de sete anos. O álbum tem entre as faixas a canção "A Melhor Hora da Praia", parceria com Marisa Monte que apresenta sonoridade diferente de tudo que o grupo já havia feito. “É uma característica da banda, para que a gente não se repita . Não nos preocupamos com o mercado. O princípio maior do artista é ele se agradar”, comenta o guitarrista Lúcio Maia. 

Com um repertório ainda maior hoje em dia, o grupo se apresenta hoje, às 23h, na estreia da casa Studio Verona (Rua Voluntários da Pátria, 498), em São Paulo. Os ingressos custam R$ 120. Os bilhetes podem ser comprados na porta do local ou por meio do site Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br).
Vinte anos se passaram desde que a banda, junto com o Chico Science, lançou o álbum "Da Lama ao Caos"Além disso, em união com o grupo Mundo Livre S.A., criou o Manguebeat, movimento musical e cultural responsável por desenvolver um som inovador que trouxe de volta autoestima para uma cidade que, como a letra da canção "Antene-se" diz, era a quarta pior do mundo. Atualmente com uma cena cultural longe de lembrar o que era o contexto musical dos anos 1990, Recife vive época de extrema criatividade. 
Maia lembra que o que ele ajudou a criar há 20 anos abriu caminhos, mas não tinha nenhuma ordem. “Acho que não existe obrigação dentro da arte. O que a gente criou não foi, não teve e nunca terá nenhuma obrigação”, diz ele sobre as bandas pernambucanas que não têm influências da Nação Zumbi ou da música regional. “O que a gente tinha na época eram as bandas dos anos 1980. Nossa intenção era renegar essas influências, pegar as músicas universais que a gente gostava junto com o que tinha aqui, como samba de roda, maracatu.”
Desde as primeiras aparições na TV e em revistas, Chico Science, falecido em 1997, usava chapéu de palha. Nas músicas e nas rádios, era possível ouvir o sotaque e as gírias regionais. “Nossa intenção era nos assumir como brasileiros. Algumas bandas na época ficaram revoltadas, mas de forma nenhuma pregamos algo que fosse um dever. O que eu acho é que as pessoas não criam nada e criticam quando alguém cria”, afirma Maia.
Sobre os artistas musicais mais recentes, ele reclama que nada tem chamado tanto sua atenção. “Tenho evitado comprar discos novos. Tudo que eu ouço hoje parece muito igual. Está um marasmo, nada tem me tocado. Mas são nessas épocas que surgem grandes revoluções.”



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