Tim Maia ganha as telas do cinema

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Miriam Gimenes

De ‘Tião Marmiteiro’ a Tim Maia do Brasil (1942-1998). Estreia hoje no cinema o longa baseado no livro Vale Tudo – o Som e a Fúria de Tim Maia, de ,Nelson Motta, que conta a trajetória do músico de criatividade avassaladora e temperamento explosivo, considerado por muitos a maior voz do País. O filme tem direção de Mauro Lima e produção de Rodrigo Teixeira.
 
A personalidade forte – que rendeu o apelido de ‘Síndico’, dado pelo amigo Jorge Ben Jor, por querer dar ordem em tudo – é retratada desde que o jovem Sebastião aparece no filme, na década de 1950. E é na adolescência, no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, que ele, ao lado dos amigos Erasmo Carlos e Roberto Carlos, começa a mostrar seus dotes musicais com a banda Sputniks.
 
Para interpretá-lo, Mauro Lima escalou dois atores: o Tim mais jovem foi Robson Nunes, ator nascido em São Bernardo, e as outras duas fases foram feitas pelo ator carioca Babu Santana. “Desde o começo vi que um ator só não contaria toda aquela história porque (na fisionomia) Tim foi três pessoas completamente diferentes ao longo da vida.”
 
A semelhança de ambos com o músico é incrível. “Tive meu trabalho facilitado pela caracterização”, ressalta Babu, que descobriu o talento para a música durante a preparação, que começou com dois meses de antecedência. Parte das trilhas tocadas no filme foi cantada pelos próprios intérpretes.
 
O ator, que ganhou 14 quilos para a fase final da trama, lembra que a cena gravada no Teatro Municipal de Niterói, que mostra a derrocada do ídolo, foi a mais emocionante. “Tinham alguns músicos que estavam no dia que Tim passou mal, o filho dele (Carmelo) estava lá, os netos, toda aquela atmosfera me deixou arrepiado.” Robson diz que ter feito o músico influenciará o resto de sua vida. “Ele era um cara que não tinha receio de fazer nada. Com 16 anos tomou coragem e foi para os Estados Unidos com US$ 16 no bolso. Isso serve de inspiração”, revela.
 
A história é narrada pelo amigo de Tim, o cantor Fábio Fabiano (Cauã Reymond), que assiste a toda ascensão e decadência do rei do soul music. Tem também a participação de Alinne Moraes, que interpreta Janaína, símbolo das mulheres que passaram pela vida do cantor.
 
ROBERTO
O longa deixa claro a visão que o cantor tinha do amigo Roberto Carlos (George Sauma). O Rei alcançou a fama primeiro do que o amigo de infância e, pelo que mostra a história, demorou um pouco para dar uma oportunidade a Tim. Mas foi com a primeira música gravada por Roberto, Não Vou Ficar, que o Síndico começou a ser respeitado – até então só cantava em inferninhos cariocas – e conseguir emplacar o seu primeiro trabalho solo, um compacto gravado pela CBS em 1968.
 

Desde então Tim ganhou dinheiro, financiou seus ‘bauretes’ (assim chamava os cigarros de maconha), experimentou drogas de todos os tipos, casou e descasou, teve filhos, aderiu à ‘fase racional’, ficou recluso, voltou às paradas e partiu. Mas em seus breves 56 anos viveu, ao melhor estilo Tim de ser. 




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