Regina Duarte e sua nova faceta

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Raija Camargo

 Vestida com look casual e muito empolgada, Regina Duarte recebeu a imprensa – com a naturalidade de como se estivesse em seu sofá – para falar sobre a montagem que está maestrando: A Volta para Casa. “Dirigir teatro é alegria maior do que estar em cena. É emoção que se multiplica pelo número de pessoas da equipe. Costumo chamar esta sensação de ‘emoção mega’. Cheguei a chorar de alegria quando sentei na última fila e os vi em cena. Acompanhar o processo do ator desde a primeira leitura do texto até ele se apossar do entendimento de seu personagem é magnífico”, exalta-se.

 

A Volta para Casa tem apoio do Itaú Cultural e fica em cartaz de sexta-feira até 6 de dezembro, no Mube (Rua Alemanha, 218 Tel.:4301-7521), em São Paulo. As apresentações são às 21h30, às sextas e sábados. Os ingressos custam R$ 60. Informações no www.mubenovacultural.com.br.

A atriz conta que se sente muito confortável assumindo o papel de diretora e é isso que o público pode esperar de seu futuro profissional. “Tinha medo de envelhecer e não ter toda a desenvoltura física que um ator tem de apresentar em cena. E pensava ‘o que vou fazer depois?’. Me encontrei como diretora, me sinto completa regendo essa sinfonia, é um prazer inenarrável”.

O espetáculo é composto por 18 atores e revela um jovem autor romeno, Matéi Visniec. A montagem remete ao teatro alemão, com poucos gestos e foco maior nos olhares e no texto, que é permeado no cenário de fim de guerra. A trama conta a história de um jovem soldado que aprende a observar seus inimigos que vivem do outro lado da rua. Uma mulher tenta cruzar a fronteira para retornar a seu país e um general percorre o campo de batalha convocando mortos a se levantarem para a entrada triunfal de volta à terra natal. Visniec denuncia as feridas dos conflitos e a condição alienada e fragmentada do homem contemporâneo.

“Esse texto faz a gente pensar qual é o limite do ser humano, como é conviver com o diferente. Aceitar e respeitar a verdade do outro é questão que abordamos por meio de um humor irônico. Fala-se de uma guerra na Europa, mas por metáfora de todas as guerras, e tem uma frase nas pesquisas que andei fazendo que é muito interessante: ‘guerra não é uma disputa entre o certo e o errado, é uma disputa entre dois certos’. Isso é profundo, porque fazem a guerra para provar ao outro que ele está certo. É disso que a peça se trata”, analisa Regina Duarte.  




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