Ipiranga deve reabrir só em 2022

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Miriam Gimenes <br> Do Diário do Grande ABC

 Às margens plácidas do Ipiranga resplande um edifício-monumento em obras. O Museu Paulista da Universidade de São Paulo, popularmente chamado de Museu do Ipiranga, que guarda grande acervo histórico do País, fechou o ano passado para reforma e só deve ser reaberto em 2022, ano do bicentenário da Independência. Os cerca de 3.000 visitantes que passavam diariamente por lá – grande parte de estudantes – terão de buscar, neste longo período, outras alternativas culturais.

O edifício do Museu Paulista tem quase 120 anos – projetado pelo arquiteto e engenheiro italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi – e foi construído com um sistema comum na Europa do século 19, até recentemente pouco conhecido pelos especialistas em restauração daqui. Segundo a diretora do museu, a professora Sheila Walbe Ornstein, parte da degradação do prédio foi em razão do envelhecimento natural, acelerado por conta das transformações da área urbana da vizinhança.

O seu fechamento, acrescenta, foi para uma grande obra de restauro e modernização, incluindo projetos e obras de acessibilidade e de instalações elétricas, hidráulicas, dados e voz, além de expansão para melhor acomodar acervos, equipes e visitantes. “O fechamento foi antecipado por alguns meses, pois muito recentemente se observou, tecnicamente, descolamento de forros muito pesados constituídos de argamassa e jiçaras. Assim, de modo preventivo, e para se evitar acidentes com visitantes e equipe interna, foi decidido pelo seu fechamento.”

No ano passado foi feito o escoramento do forro. Agora estão sendo finalizadas as listas de diagnósticos, projetos e orçamentos para o desenvolvimento da reforma e obras. Estes projetos deverão ser submetidos a aprovação dos Órgãos de Preservação Municipal, Estadual e Federal e, simultaneamente, a equipe do Museu Paulista está montando toda a logística para transferir os mais de 120 mil itens de acervos para imóveis alugados nas imediações e que estão sendo adequados fisicamente para recebê-los.

“Trata-se de operação logística muito delicada e que deve ser realizada de forma muito meticulosa. A previsão é que ela ocorra em cerca de 12 meses a partir da finalização da adequação de imóveis alugados (já em curso)”, ressalta Sheila. O quadro Independência ou Morte (1988), de Pedro Américo, deve ser uma das únicas que permanecerão no local, por conta da dificuldade de deslocamento por conta de seu tamanho.

O valor do restauro – já falaram em R$ 21 milhões – só será conhecido depois da finalização dos projetos e deverá ser custeado com a iniciativa pública e privada.

ALTERNATIVAS
Para 2015, a diretora promete, assim que os imóveis específicos estiverem adequados, reabrir a biblioteca do Museu e o SAE (Serviço de Apoio ao Estudante), que receberá professores do ensino fundamental e médio interessados em oficinas sobre o aprendizado de história do País.

Enquanto não reabre, ela sugere a visita ao Museu Republicano Convenção de Itu (MRCI), que fica na Estância Turística de Itu e integra o Museu Paulista da Universidade de São Paulo. Lá tem acervos importantíssimos dos primeiros presidentes civis como Prudente de Moraes e Washington Luis.

Alguns itens do Ipiranga também estão expostos no Solar da Marquesa dos Santos (Páteo do Colégio, centro de São Paulo).




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