Pedro Mariano e Orquestra

Envie para um(a) amigo(a) Imprimir Comentar A- A A+

Compartilhe:

Andréa Ciaffone <br> Do Diário do Grande ABC

Os palcos ficaram pequenos para Pedro Mariano, que fez uma turnê acompanhado por formações com 20 ou 24 músicos. “A experiência de cantar com orquestra é sensacional. Acabei ficando mal-acostumado”, diz com bom-humor o intérprete, que está lançando o CD/DVD Pedro Mariano e Orquestra.

“Gravamos em 2013, mas esperamos até agora para lançar. Pensei comigo: esperei a vida inteira para fazer um projeto assim, não vou me apressar”, conta Mariano. Vale notar que quando o cantor diz “a vida inteira”, o significado da expressão cresce. Ele é o segundo filho de Elis Regina (o primeiro com o pianista e arranjador César Camargo Mariano), irmão mais velho da cantora Maria Rita e meio-irmão do produtor João Marcelo Bôscoli – o primeiro filho da cantora e do instrumentista Marcelo Mariano. “A qualidade das canções da MPB permite que se faça arranjos para orquestra”, conta. No repertório, estão canções de sua autoria e de Ivan Lins, Djavan, Roberto Carlos, Gonzaguinha, Jair Oliveira, Ana Carolina, entre outros.

Ao conceber o projeto, o cantor buscou extrair o melhor do mundo erudito e do popular. Violinos, violas e celos representavam as orquestras clássicas, mas funcionavam em um diálogo criativo com saxofones, flautas, trompetes e trombones com sonoridade mais próxima do popular, puxando para o jazz. “Isso nos deu a flexibilidade necessária para os arranjos”, explica.

Mas, a ousadia do projeto era ainda maior: o show foi feito em sete cidades brasileiras (Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Recife, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo), onde ocorreu a gravação do CD/DVD. Em cada capital, havia colaboração de orquestras locais. “Viajamos com o primeiro violino e o primeiro trompete para que eles fizessem a tradução dos arranjos para as equipes locais. Foi muito trabalhoso, mas o entusiasmo com que o projeto foi recebido em cada cidade foi gratificante”, diz.

Ao longo da viagem, Mariano visitou crianças de comunidades de alto risco para falar sobre o projeto, música e seus fatores transformadores. No fim, quem acabou diferente foi ele. “Não dá para conviver com esses jovens, ver o engajamento deles, e sair a mesma pessoa. É algo transformador em tantos níveis que nem é possível descrever. Ainda mais para alguém que, como eu, vive de emoção.”




Diário do Grande ABC. Copyright © 1991- 2024. Todos os direitos reservados