Demolidor: 50 anos sem medo

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Renato Dias <br> Especial para o Diário

Ele não tem tanta ‘ostentação’ quanto seus companheiros de Marvel Comics, mas conquistou o merecido respeito. O Demolidor é a estrela da exposição 50 Anos sem Medo, em cartaz na Associação Beneficente Osaka Naniwa Kai (Rua Domingos de Morais, 1.581, tel.: 5549-7226), em São Paulo, durante o Festival Guia dos Quadrinhos. O evento – nova versão do Mercado de Pulgas – acontece no fim de semana, a partir das 10h. Os ingressos custam R$ 10 e podem ser comprados no local.

A mostra sobre o herói traz curiosidades, edições históricas e desenhos de vários cartunistas, como Caio Cacau. Um dos organizadores do evento, Maurício Muniz, faz o convite. “A exposição apresenta linha do tempo do personagem com capas raras de sua revista nos Estados Unidos e Brasil”, explica o jornalista, que é fã do herói. “Conheci o Demolidor em 1975, quando ganhou HQ própria pela Bloch Editores. Ele tem a sorte de ser um personagem de segundo escalão que teve ótimas equipes criativas.”

O Demolidor (Dare Devil, em inglês) teve sua primeira aparição em 1964. DD, como é conhecido, é o pseudônimo de Matthew Michael Murdock, que cresceu em um bairro de Nova York, conhecido como Cozinha do Inferno (Hell’s Kitchen). Seu pai, um lutador de boxe, tentava fazer com que o filho driblasse o envolvimento com drogas e crime. Ele trabalha como advogado durante o dia e luta contra o crime a noite. Matt se tornou herói após salvar uma pessoa que seria atropelada por um caminhão com produtos químicos. O acidente, porém, fez com que perdesse a visão e seus demais sentidos adquirissem habilidades incríveis. Para controlá-las, teve ajuda de um mestre de artes marciais, também cego, chamado Stick.

Essas características tornam o Demolidor um personagem enigmático. “O que mais gosto é que ele não tem superpoderes e desenvolveu as habilidades a partir da deficiência visual. Isso me fascina”, conta a psicóloga Márcia Luiza Trindade, 37 anos, fã do DD. Para ela, um dos momentos mais marcantes nas histórias do herói está no gibi O Demolidor Amarelo (2001). “Com saudades, ele escreve uma carta para a Karen Page (que foi assassinada). A carta fica valendo como uma narrativa sobre a origem dele (e o uniforme amarelo, por isso o nome do gibi). Achei muito bonita a forma que os autores encontraram para contar a trajetória do personagem.”

O operador de loja Alex José da Silva, 33, descreve como começou a curtir o Demolidor. “Meu primeiro contato foi em 1990, no desenho do Homem-Aranha. Nessa época, estava começando a ler HQs e ver o Demolidor no desenho me fez querer saber mais sobre o personagem”, conta.

Já o professor de Física Erik Milheirão, 33, descreve seu primeiro contato com o herói em Super Aventuras Marvel #66. “Foi em 1988 ou 1989, por meio de um tio. Lembro que foi na saga A Queda de Murdock, mostrando a superação do personagem com os treinos constantes”, recorda. Erik explica também o porquê de achar o personagem interessante. “É a melhor forma de se ter uma identidade secreta. Quem iria acreditar em um cego que é herói tão acrobático? Isso mostra que todos temos limitações que nos tornam fortes”, diz o professor.

TEM MAIS
Além da exposição sobre o Demolidor, o Festival Guia dos Quadrinhos vai sediar palestras, bate-papos – entre eles, com editores da Panini, HQM, Mauricio de Sousa Produções e quadrinistas independentes –, exposições de artes originais de Flávio Luiz e o lançamento oficial das comemorações do aniversário de 80 anos do Pato Donald. Mais informações: www.guiadosquadrinhos.com.




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