Entrevista: Letícia Spiller

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Estadão Conteúdo

Letícia Spiller tem de conter seu jeito alegre e extravagante quando entra em cena para viver a recatada Gilda, na novela Boogie Oogie, da TV Globo. Na trama das 18h, que se passa em 1978, sua personagem tem um romance proibido com um homem casado, Fernando, interpretado por Marco Ricca. Do relacionamento, nasceu Rodrigo, vivido por Brenno Leone. “Os dramas me atraem muito. Essa coisa de ser mãe solteira é complicada, ainda mais na década de 1970. A mulher ainda passava por muitas questões”, opina a atriz, que estreou no teatro amador em 1985, e acumula mais de 20 novelas no currículo.

Mãe de Pedro, de 17 anos, do relacionamento com o também ator Marcello Novaes; e de Stella, de 3 anos, da união com o diretor de fotografia Lucas Loureiro, Letícia não titubeia ao dizer que não encararia um drama semelhante ao da personagem. “O amor tem de ser muito grande para passar por uma situação dessas. Quando se tem um filho do amante, eu até compreendo essa luta. Mas eu prefiro ficar sozinha, de verdade”, diz ela.

Quando o assunto são os filhos, Letícia foge da definição de ‘mãe superprotetora’. “Não sou de pegar muito no pé dos meus filhos. O Pedro tem 17 anos, é um garoto de boa índole, de caráter, que se preocupa muito comigo. Somos muito parceiros”, conta.

A inspiração para compor a agente de turismo da novela do autor Rui Vilhena vem do cotidiano, apesar de a atriz conhecer várias ‘Ginas’ na vida real. “Acabo trazendo cenas da minha memória, e de como minha mãe era em 1978”, explica. Da década de 1970, Letícia, que nasceu em 1973, guarda boas lembranças. Criada no bairro do Leme, no Rio, ela costumava frequentar a praia e ir a festas com as tias. As canções da década também são especiais para ela. “São músicas muito emblemáticas, gostosas de dançar”, empolga-se.

A Gilda é sua segunda personagem de época consecutiva. O que te encanta nela?
Justamente por ser de época, os dramas dela me atraem muito. Essa coisa de ser mãe solteira é complicada, ainda mais na década de 1970. A mulher ainda passava por muitas questões. Eu me lembro de que minha mãe se separou depois de 25 anos de casada e soava como um absurdo.

O figurino é um dos trunfos da trama. Você usaria alguma peça da Gilda?
É o máximo! E é tudo tão bem feito que te transporta mesmo para a época. Eu adoro os óculos escuros que a Gilda usa. Vestiria tranquilamente. É um charme.

Você se inspira em alguém para compor a Gilda?
Confesso que conheço várias Gildas por aí. Mas eu me inspiro na vida. Sou observadora. E acabo trazendo cenas da minha memória e de como minha mãe era em 1978.

Como veio o convite para essa personagem?
Eu tinha acabado de fazer Joia Rara quando o Ricardo Waddington (diretor de Boogie Oogie) me convidou para viver a Gilda. Tive pouco tempo entre uma novela e outra, mas valeu a pena. Nesse tempinho fui para a Flórida, nos Estados Unidos, com as crianças.

Quais as principais diferenças entre Lola e Gilda?
Nossa, são completamente diferentes! Elas têm o temperamento oposto. A Gilda é uma mulher discreta, faz de tudo para não chamar a atenção de ninguém, enquanto a Lola era uma estrela do Cabaré. Tenho de me conter muito mais.

Sua personagem vive uma ‘história proibida’, já que é apaixonada por um homem casado. Você se arriscaria como ela?
Olha, o amor tem que ser grande para passar por uma situação dessas. Quando se tem um filho do amante, eu até compreendo essa luta. Mas eu prefiro ficar sozinha.

Se pudesse lhe dar um conselho, qual seria?
Vai curtir a vida enquanto você é jovem! Esquece esse homem! Falaria algo diferente disso se o amor dele fosse recíproco.

Quais são suas lembranças da década de 1970?
Eu nasci em 1973, era muito moleca ainda. Sempre gostei muito de dançar. Então as cenas que aparecem na minha cabeça são das minhas tias me ensinando passos novos, das festas que íamos juntas, das brincadeiras, de ir à praia no Leme (na zona sul do Rio de Janeiro). Eu curti muito a minha infância, fui muito feliz.

Boogie Oogie é uma novela muito musical. Você gosta de ouvir música?
Muito, especialmente as dessa época. São músicas muito emblemáticas, gostosas de dançar.

Como mãe, você se acha superprotetora?
A gente sempre tem algumas falhas como mãe, mas é errando que se aprende. E eu aprendi, viu? Não sou de pegar muito no pé dos meus filhos. O Pedro tem 17 anos, é um garoto de boa índole, de caráter, se preocupa muito comigo. Somos muito parceiros.

Vocês atuaram em um comercial de TV recentemente. Gostou do resultado?
Adorei! E eu não imaginava receber tanto retorno positivo. O público começou a entrar em contato, a dizer que foi muito legal.

Você chegou aos 40 anos com visual impecável. Tem disciplina para se manter em forma?
Para, eu nem acho tudo isso (risos). Estou com 41! Eu pratico ritos tibetanos todos os dias de manhã, faço dança e outros exercícios aeróbicos. Mas tem dias que não faço nada! 

Cuida da alimentação?
Procuro fazer refeições balanceadas, evito alimentos enlatados, industrializados e feitos de farinha branca. Mas me permito comer biscoito recheado com requeijão uma vez por mês! E chocolate. Eu tenho uma TPM fortíssima! Como chocolate mesmo!




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