Destilar histórias é o que faz a viagem

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Andréa Ciaffone <br> Do Diário do Grande ABC

Colinas que rolam graciosamente vestidas de verde intenso, carneiros pastando calmamente sob o céu cinzento que, só lá, parece encantador. A região das Terras Altas da Escócia tem uma magia especial e uma das formas mais interessantes de descobri-la e desfrutá-la é seguindo a rota das destilarias, que apresentam as sutilezas do seu mais conhecido produto de exportação: o whisky.

Há muitas sugestões de rota e é possível começar de qualquer cidade que tenha um aeroporto. Mas, considerando que a maioria chega por Edimburgo, uma boa sugestão é sair do hotel e seguir o rumo do Norte. A primeira parada pode ser em Queensferry, onde está a Forth Rail Bridge, considerada um dos mais impressionantes monumentos de beleza arquitetônica – local perfeito para fotos.

Cruzando a ponte, passe por Perth, a antiga capital da Escócia, onde vale visitar o Scone Palace, que era o lar da famosa Pedra do Destino até o final do século 13. Um pouco mais adiante, no pitoresco povoado de Dunkeld, há uma bela Catedral medieval que vale a pena visitar para ir entrando no clima já que a próxima parada é em Pitlochry, típico vilarejo da região dos Highlands, todo construído em pedras e que faz a gente pensar no cenário de filmes como Coração Valente.

É nesse cenário idílico que está a primeira parada da Rota do Whisky: a destilaria Edradour – a menor do país em produção, mas que esbanja charme. Escolha um restaurante charmoso por alí e relaxe antes de seguir na direção Nordeste para a região de Speyside, conhecida como o centro da produção do famoso scotch.

Quem sair cedo e manter um ritmo não muito lento chega a cidade Craigellachie no final dia. Além de um restaurante festejado, o Hotel Craigellachie possui um dos bares de whisky mais extraordinários, considerado um dos melhores do país e que, certamente, vai aumentar bastante o repertório de sabores dos amantes da bebida. Na região, há várias destilarias para visitar. Para facilitar a escolha é possível começar pela Glenffindich, que oferece excursões privativas seguidas de degustação para grupos. Dá para almoçar no Malt Barn, restaurante na própria destilaria.

Na sequência, recomenda-se visitar a Speyside Cooperage, onde os guias explicam sobre a importância dos barris de carvalho na produção da bebida. No mesmo dia dá para ir até a Macallan, região onde também se pode visitar e fazer degustação num programa de duas horas. No dia seguinte, alguns nomes conhecidos aguardam o viajante. Na mesma região estão a Strathisla, que fabrica o famoso whisky Chival Regal e a Cardhu, que produz o Johnnie Walker. De lá é seguir o caminho para Inverness, a capital dos Highlands. Um dos programas mais tradicionais é visitar o belíssimo Loch Ness, uma das principais atrações da região das Terras Altas que nem precisaria da lenda de abrigar um mostro para chamar a atenção dos turistas. Para fechar a rota, visite a ilha de Islay.

 

 

 


Edimburgo combina o passado e o presente do país

Capital da Escócia desde 1492, Edimburgo é o começo, o fim ou os dois de uma viagem à terra dos Scots. A área mais famosa é medieval, conhecida como Old Town, Cidade Velha, onde se concentram os locais de maior interesse turístico. Visitado por 10 entre 10 turistas que vão ao país, o Castelo de Edimburgo leva o visitante para viagem no tempo, que passa por diversas eras.

Está localizado no topo de Castle Rock, um maciço formado por um vulcão extinto que está a 120 metros acima do nível do mar e 80 metros acima das terras ao seu redor, o que, desde os tempos imemoriais – arqueólogos afirmam que a área já era ocupada na Idade do Bronze – representa vantagem estratégica para seus ocupantes. Hoje, isso se traduz em uma das mais belas vistas que se pode ter na Europa.

O conjunto do castelo é enorme e a melhor maneira de explorá-lo é por meio de tour guiada por aparelhos de áudio similares a walkmans. Não há narração em português, mas além de inglês, há espanhol, italiano e francês. O tour explica os fatos dramáticos que ocorreram no castelo e dá os detalhes de pontos importantes de visitação como a Pedra do Destino, na qual os reis escoceses foram coroados por séculos e que ficava em Scone, perto da cidade de Perth, até que em 1296 o rei Eduardo I mandou buscar a pedra para colocá-la no seu trono.

Na parte do castelo reservada às joias reais estão o conjunto de coroa, cetro e espada mais antigo das ilhas Britânicas. Sob o teto de vigas do Great Hall, os nobres buscavam os favores dos reis. No conjunto, se encontra a capela de Saint Margareth, o que reforça a opção dos escoceses pelo catolicismo – algo que, aliás não contribuiu em nada para a boa relação com os ingleses. No entanto, desde a morte de Mary Stuart, rainha dos escoceses, que foi executada a mando da sua prima Elizabeth I em 1587, os dois países têm a mesma rainha.

Mesmo se a Escócia deixar o Reino Unido, Elizabeth II deve continuar como soberana dos Scots. Quando visita a capital, a família real fica no Palácio de Holyrood. O caminho que separa o castelo do palácio é chamado de Royal Mile e é lá que se concentram as lojas que oferecem produtos típicos da Escócia, dentro dos quais estão as mantas de lã de carneiro e cashmere de alta qualidade, Dizem que ao comprar um é bom saber quem o herdará porque, supostamente, as peças duram décadas em bom estado. Ainda na Cidade Velha, vale visitar a Catedral de St.Giles e o Museu da Escócia. Na sequência, vá até a Cidade Nova, onde estão as ruas de comércio mais disputadas. A Princess Street é a que concentra o varejo, já a George Street traz as lojas de design. Nesta região em estilo Georgiano também estão os restaurantes e bares mais badalados.




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