Marina Lima <br>abre a primavera

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Andréa Ciaffone

 Vem chegando o verão. O calor no coração... Letras sensuais com sonoridade que combinam a elegância da bossa nova e a irreverência roqueira fazem de Marina Lima uma das artistas mais marcantes da geração anos 1980. E ela continua em plena atividade. Amanhã, às 20h, a cantora abre o Festival da Primavera do São Bernardo Plaza Shopping com o show Na Estrada, em que apresenta clássicos do seu repertório como Fullgás, À Francesa, Me Chama, Charme do Mundo e Eu Te Amo Você. Da produção mais recente, o show deve trazer as canções Partiu e Não me Venha Mais com Amor, que estão no seu trabalho mais recente, Clímax.

Aos 59 anos – que completa hoje – , a cantora continua com a beleza e a disposição dos 30. Prova disso é um Marina concedeu entrevista exclusiva ao Diário, em que fala sobre o momento e suas lembranças da região.
 
Qual foi a inspiração para o show Na Estrada?
Queria fazer uma apresentação com hits desses 35 anos de carreira e que, ao mesmo tempo, trouxesse prazer e alegria para quem estivesse no palco. Para isso, alguns arranjos novos foram criados, mas sem descaracterizar demais as canções já conhecidas.
 
Suas músicas soavam vanguardistas nos anos 1980 e esse frescor permanece. Você já estava à frente do seu tempo? 
Eu sempre tive uma sensação de que estava ao menos um quarteirão à frente. Durante um período, isso me causava angústia, pois eu não era compreendida logo, demorava um tempo para as pessoas entenderem o que queria dizer. Mas eu acho também que as questões importantes da vida se repetem de alguma maneira. O que muda, às vezes, é a moldura, mas as questões ficam muito parecidas.
 
Existe competição entre sua produção recente com a antiga na hora de definir um setlist? 
Não sei se palavra é competição. Eu gosto de colocar canções novas sempre para o público saber o que ando fazendo ultimamente. Na realidade, existe uma preocupação com o tempero, com você poder dar um pouco do que é conhecido, mas também usar um pouco do novo.
Em paralelo, você está desenvolvendo o projeto No Osso, bem minimalista. E recentemente lançou um livro. Como define o seu atual momento criativo?
O No Osso está sendo importante, porque, de certa forma, foi um mergulho de volta às minhas origens, ao começo de tudo. Ao porquê de ter começado na música. Isso foi essencial, pois me reconheci e gostei do que vi, dessa espécie de releitura da minha história. O livro me abriu uma outra janela, uma outra visão, em que não há música. A melodia e o ritmo estão na pontuação dos textos. Foi desafio que abriu outra perspectiva.
 
Quais são os seus próximos desafios? 
Eu estou querendo voltar a compor. Já fiz duas músicas novas para ver se, no ano que vem, eu lanço um CD novo. Mas o desafio é que acho que estou mais lenta e exigente para essa atividade. Espero conseguir fazer isso já em 2015.
 
Você tem alguma lembrando Grande ABC no passado?
Tenho, de alguns sets muito bons que fiz nos Sescs de Santo André e de São Caetano do Sul. No começo da minha carreira participei também de algumas incursões na região, época em que Lobão era meu baterista e viajávamos todos de Kombi. Foi um período rico de experiências e muito engraçado.

 




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