Diversão entre sol e mar

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Evaldo Novelini <br> Enviado ao Peru

 Viajar ao Peru é muito mais do que fazer turismo de conhecimento. Embora a história e a cultura sejam um dos principais atrativos do país andino, existem inúmeras opções de lazer e diversão. Especialmente na parte Sul, território de contrastes. O deserto de Ica, palco de aventuras radicais e sensoriais, esconde alguns oásis da arquitetura moderna. Ou seja, resorts das mais importantes redes hoteleiras do mundo.

Quem já foi para a brasileiríssima Natal e divertiu-se com passeios de bugue e prática de skibunda (descer gigantescos montes de areia sentado em prancha similar às utilizadas em snowboard) nas dunas da capital do Rio Grande do Norte pode imaginar a intensidade da brincadeira quando se tem à disposição 2.700 quilômetros de deserto.

O Sul peruano, no entanto, não é apenas sol e areia. Há matas com fauna e flora exuberantes. A Reserva Nacional de Tampopata, por exemplo, abriga 632 espécies de aves, 1.200 de borboletas, 169 de mamíferos, 205 de peixes, 103 de anfíbios e 67 de répteis. Turistas podem caminhar ou andar de bicicleta em trilhas demarcadas em meio à selva tropical.

Ainda na parte Sul do país andino é possível andar de caiaque no Rio Tampopata ou no Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo (3.821 metros de altitude), praticar ciclismo nas montanhas de Puno, passear de bote ou realizar esportes aquáticos na baía de Paracas. </CW>

Se o viajante optar por atrações com menos doses de adrenalina, o indicado é passar temporada em um dos luxuosos resorts construídos ao longo da costa peruana, defronte às águas agitadas – e frias – do Oceano Pacífico. Parte deles oferece piscinas aquecidas, já que é comum a temperatura se aproximar de 0º C.

Um dos resorts mais bacanas da costa peruana fica na cidade de Paracas. O La Hacienda tem quartos confortáveis com banheira, TV por assinatura e frigobar. Os hóspedes podem relaxar nos centros de massagem ou spas. Diárias na suíte com bela vista para o Pacífico custam a partir de R$ 500,83.

CASSINOS
Diferentemente do que ocorre no Brasil, o jogo é liberado no Peru. A capital Lima possui cerca de 3.000 cassinos, alguns dos quais funcionam 24 horas. Um dos mais elegantes e refinados é o Centro de Entretenimento e Convenções Atlantic City, localizado na zona hoteleira do bairro de Miraflores. Além de arriscar a sorte, o turista pode almoçar ou jantar no sofisticado Restaurante Cinco Garfos e cantar no caraoquê, frequentado por políticos e artistas peruanos.

Ilhas Ballestas são paraíso para aves
Localizadas no Oceano Pacífico, a 240 quilômetros ao Sul de Lima, capital peruana, as Ilhas Ballestas proporcionam espetáculo inesquecível para quem gosta de observar pássaros. Passeios de barco, que podem ser contratados por agências ou hotéis nas cidades de Pisco e Paracas, levam o turista para bem perto de milhares de mergulhões e pelicanos.

As Ballestas também são moradia para leões-marinhos e pinguins de Humboldt, que, em dias de sol, parecem gostar de se exibir aos turistas nas pedras. Com sorte, no caminho para as ilhas, os viajantes podem ver golfinhos acompanhando os barcos. Vista certa é o intrigante geoglifo Candelabro, esculpido nas rochas sabe-se lá por quem – e quando.

O nome das ilhas deve-se à série de grutas e arcos esculpidos ao longo dos séculos pela força da arrebentação das águas. Balestra, em português, é o nome que se dá a antiga arma portátil em forma de arco fabricada com madeira. As embarcações passam por baixo das estruturas, mas os turistas não possuem permissão para desembarcar.


Libertação peruana começou no mar

Além de serem santuário de aves e mamíferos, as Ilhas Ballestas têm grande importância para a história do Peru. Foi nela que o general José Francisco de San Martín y Matorras (1778-1850), vindo do Chile, reagrupou seu exército libertador antes de partir para o continente e livrar o país andino do domínio espanhol, que vinha desde 1531. A independência peruana foi declarada em 28 de julho de 1821.

Os turistas podem observar nas Ballestas resquícios de antiga fábrica que, no século 19, beneficiava o guano, fezes de aves ricas em minérios bastante demandada pelos agricultores peruanos, que as utilizavam como fertilizantes. Os excrementos ainda são comercializados, mas a retirada ocorre em períodos predeterminados para não desequilibrar a rica fauna das ilhas.

Atualmente, as Ballestas estão sob proteção ambiental do governo. Cerca de 200 espécies de pássaros vivem no arquipélago. Uma das mais famosas é o pinguim de humboldt, com plumagem branca e preta e que chegam a medir 53 centímetros de altura.




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