A moda das berries

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Alessandra Nunes

As frutas vermelhas (amoras, framboesas, groselhas, mirtilos e morangos), também conhecidas como berries, além de possuírem vitaminas e minerais são ricas em compostos bioativos, substâncias que atuam na prevenção de doenças e ajudam a manter uma qualidade de vida saudável. Entre esses compostos, estão as antocianinas (responsáveis pela coloração avermelhada das frutas) e os flavonoides (antioxidantes que ajudam a combater os radicais livres do organismo), auxiliam no combate ao colesterol e fortalecem o sistema imunológico.

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As berries contêm ainda ácido elágico, que possui atividades anticancerígenas, antibacterianas e de proteção cardiovascular. Apresentam em sua composição 85% de água, fibras, cálcio, fósforo, potássio, betacaroteno (um precursor da vitamina A) e vitamina C, além de baixo teor de proteínas. Não se pode deixar de considerar também que as berries (especificamente a gojy berrie) são ricas em selênio, que é um mineral precursor da serotonina, neurotransmissor que ajuda a regular o sono, o apetite, as atividades cardíaca, muscular e intelectual. É um alimento nutritivo e de baixo valor calórico. Em geral, contém em média 52 calorias a cada 100 gramas.

Por mais saudáveis que possam ser nem todas as pessoas devem consumi-las. Indivíduos que fazem uso de medicamentos anticoagulantes (para evitar trombose) devem evitá-las, já que são ricas em vitamina K, que diminui o efeito da medicação. Por não existirem estudos conclusivos sobre o assunto há ainda muita controvérsia se crianças, gestantes e mulheres em fase de amamentação podem comer as berries.

Também não existe recomendação diária para o consumo de frutas vermelhas. Indica-se a ingestão de duas colheres de sopa ao dia ou 150 ml de suco para que os benefícios sejam alcançados. Elas podem substituir outras frutas, preferencialmente pela manhã. Devem ser consumidas in natura, desidratadas ou em forma de suco, evitando a perda de nutrientes. Consumir como suplemento solúvel ou em cápsulas não traz o mesmo benefício. Caso a ingestão seja por cápsula, é necessário consultar um profissional especializado para indicação da dose.

Deve-se ressaltar que não é recomendado consumir as berries desenfreadamente. Em relação à goji berry especificamente, a sugestão é de, no máximo, três colheres ao dia (45 g). Apesar de os radicais livres serem substâncias nocivas ao organismo, ainda assim precisamos deles em doses moderadas. São importantes, por exemplo, para modular as reações inflamatórias. O excesso de berries pode inibir a produção de radicais livres e prejudicar a resposta fisiológica. Por serem ricas em vitamina C podem ajudar a precipitar cálculos renais. Com relação à ação das berries no emagrecimento, os estudos ainda são inconclusivos. Orienta-se que sejam usadas apenas como coadjuvantes nas dietas de redução de peso e, para um resultado efetivo, o seu consumo deve estar associado às mudanças na qualidade de vida.

* Alessandra Nunes é especializada em Nutrição Clínica e mestre em Cardiologia da Salutem – Nutrição e Bem-Estar.




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