“Despir-se significa ser verdadeiro, tirar a máscara, viver como realmente se quer.” Assim, de forma direta e sincera, Cláudia Ferreira, 41 anos, define Alma Despida (Novo Século, 312 páginas, R$ 29,90, em média). A obra reúne diversas poesias e poemas que a autora escreveu no decorrer de quatro anos. A inspiração para o segundo livro – o primeiro, No Silêncio dos Meus Olhos, é de 2008 – surgiu de experiências pessoais e também de confissões de outras pessoas, que sofreram por amor em diferentes proporções.
Alma Despida nasceu, inclusive, em meio ao clima do término do casamento da escritora. “Passei muito tempo investindo em relação sem futuro. Quando me separei, há 10 anos, despertei para a verdade. Agora sou realmente o que sou. Acredito que cada leitor vai entender o recado da sua maneira, vai encarar o simbolismo do renascimento de uma forma diferente”, explica.
O leitor também vai encontrar algo de picante nas palavras da mineira de Diamantina. As poesias acompanham a sensualidade da foto escolhida para a capa do livro. “É o rompimento do puritanismo católico, no qual fui criada. Venho de infância e adolescência em que fui obrigada a mascarar as coisas. Não podia nem usar shorts.” A escritora confessa ter sofrido preconceito por causa da imagem. “Sou mãe, advogada, empresária e estou em uma foto sensual no meu livro. Qual o problema? Geralmente, o autor se esconde, porque a exposição é muita. Mas, para mim foi uma libertação.”
Após lançar a obra na última Bienal do Livro em São Paulo – com participação da cantora andreense Juliana Lima – Cláudia Ferreira vai repetir a dose e autografar seu livro na quinta-feira, a partir das 18h, na Livraria Leitura do Golden Square Shopping, em São Bernardo. Além disso, o terceiro livro da autora está a caminho, com previsão de lançamento para o começo de 2015. “Deve ser um manual sobre separação”, adianta.