Prontos para <br>a revolução

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Raija Camargo <br> do Diário do Grande ABC

Natural de Brasília, o Capital Inicial não poderia negar suas raízes e ficar imune à política. Em momento oportuno, a banda traz um álbum inspirado nas manifestações de rua que aconteceram em junho do ano passado e revela o disco Viva a Revolução (Sony Music, R$ 9,90 em média).

O grupo se renova e mostra engajamento político. “Achei aquilo (manifestações) uma das coisas mais intensas que vi nos últimos anos no Brasil e acredito que os políticos brasileiros ainda irão se debruçar sobre o assunto e tentar entendê-lo. Ao longo dos anos estive em manifestações e mobilizações contra o Fernando Collor, por exemplo, e dessa vez foi peculiar, por não haver uma liderança e uma pauta clara – as pessoas não sabiam porque estavam ali, era espontâneo e isso me pareceu irresistível”, diz o vocalista Dinho Ouro Preto.

Ele lembra que foi até a Avenida Paulista com as filhas adolescentes para que elas vissem aquilo tudo que deixou o País perplexo, que havia um desejo de mudança. “Era a estafa do povo com oligarquias e partidos ortodoxos. Levantar bandeiras de partidos era inibido, o que me remeteu a algo anos 1960 e movimentos pacifistas norte-americanos. Não era claro a favor de quem ou contra quem aquilo era”, completa.

Os integrantes do grupo são os mesmos, mas novas parcerias marcam o atual trabalho. Amigo do cantor há anos, o ex-guitarrista do Charlie Brown Jr., Thiago Castanho, compôs com o grupo pela primeira vez. Juntos, assinam as duas baladas do disco, Coração Vazio e a primeira música de trabalho, Melhor do que Ontem. Outra colaboração é a do ConeCrewDiretoria que participa de uma das duas versões da faixa-título Viva a Revolução, misturando as guitarras com a batida hip hop e com o rap de protesto do coletivo carioca de MC´s: “Bomba de gás em nome da paz não é capaz de impedir meu povo...”, rimam.

“O Capital lançou três discos de 2010 para cá, queria que esse soasse diferente, chamasse atenção e se destacasse no ruído todo de lançamentos. Pautamos essa diferença em cima de três coisas: o formato inédito para nós, produtor diferente que é o Liminha, com quem trabalhamos rapidamente no passado. e por fim por meio de parcerias diferentes, duas com o Thiago Castanho e ConeCrewDiretoria. Convidamos artistas para fotos da capa do EP e para fazerem nossos vídeos, ou seja, parcerias novas em todas as pessoas que nos envolvem. Temos uma identidade muito clara, construída ao longo dos anos. Procurar uma renovação foi o desafio“, conclui Dinho.

O trabalho atual Viva a Revolução tem pegada folk, bastante diferente do último álbum, Saturno, lançado em 2012 que contava com guitarras intensas. A turnê de lançamento começou na cidade natal do cantor, Curitiba. A banda pretende acoplar a venda do EP à dos ingressos em algumas cidades.

O Capital Inicial já tem shows em Belo Horizonte (13/9) e Rio de Janeiro (27/9). O novo repertório será apresentando no sábado, a partir das 22h, no Citibank Hall (Av. das Nacões Unidas, 17.955), em São Paulo. Os ingressos custam entre R$ 80 e R$ 250.  




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