O mundo de Piovani

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Raija Camargo

O mundo de Piovani

Com 20 anos de carreira, Luana está mais madura e decidida do que nunca; mãe, a atriz não deixa de diversificar no quesito profissional, põe em prática seus projetos e não teme se posicionar a respeito de assuntos mais sérios como política, impunidade e justiça

Foto: Nana Moraes/ Divulgação - Luana como Isabel, em `Mania de Explicação´

Entre tantas qualidades que podem ser atribuídas à Luana Piovani, versatilidade é a que primeiro salta aos olhos. A camaleônica atriz de beleza atemporal e personalidade forte adapta-se ao ambiente de maneira ímpar. Segura de seus dotes físicos, sempre deu conta dos personagens mais sensuais como na comédia ‘A Mulher Invisível’; não pensou duas vezes em despedir-se da vaidade e das longas madeixas loiras para‘O Pequeno Príncipe’, uma de suas peças infantis de maior sucesso até agora; como apresentadora do programa‘Superbonita’, no canal GNT, mostrou-se extremamente confortável; e ao dar a luz a Dom, há dois anos, sentiu-se completa no papel de mãe.

Não bastasse o currículo, Luana chama a responsabilidade para si ao exercer a função de produtora teatral. Isso porque, segundo ela, prefere colocar a mão na massa ao aguardar sentada por projetos que lhe interessam.“Realizo os meus anseios e sonhos. Não espero alguém me ligar para fazer coisas específicas”. Dos desejos vislumbrados e produzidos por ela, está o musical infantil ‘Mania de Explicação’. A adaptação do livro de Adriana Falcão com canções de Raul Seixas chega ao Teatro Frei Caneca, em São Paulo, no dia 10. Ela é Isabel, menina
curiosa e espevitada que anseia saber de tudo. “É espetáculo redondo. Crianças de 2 anos devem se entreter pela musicalidade e visual, as de 8 vão se divertir e as mais velhas,
de 12, se identificarão com a transição da personagem pré-adolescente.”


E quem estava com saudades de ver a atriz na TV pode comemorar. Após dois anos fora das telinhas, Luana volta como Vera, psiquiatra forense da série policial ‘Dupla Identidade’, de Glória Perez, que deve estrear em setembro, na Globo. “A preparação está sendo intensa e me identifico com o sentimento de indignação da personagem perante a impunidade e injustiça”, destaca. De maneira espontânea e direta, como de praxe, Luana Piovani respondeu perguntas sobre os mais variados assuntos em entrevista exclusiva à ‘Dia-a-Dia’. Confira.

Foto: Divulgação/ Denis Netto - cena do filme A Mulher Invisível

DIA-A-DIA – Na adolescência, você chegou a ficar um tempo em São Bernardo. Como sua passagem pelo Grande ABC marcou a sua vida?
LUANA PIOVANI – Morei por dois anos em São Bernardo, quando estudei no colégio São José. Foi a transformação de uma criança do interior (ela viveu alguns anos em Jaboticabal) para uma pré-adolescente da cidade grande. Guardo boas lembranças da época em que passei a ir à matinês, a paquerar. Tinha de estudar bastante, pois a escola era ‘forte’. Foi quando comecei a fazer minhas fotos como modelo e precisava me deslocar do Grande ABC para São Paulo sozinha. Pegava ônibus e metrô com 12, 13 anos. Foi uma fase importante
da minha vida. Aos 14, me mudei para a Capital em definitivo.

DIA-A-DIA – Você trabalhou como modelo por anos. Como avalia a ditadura da beleza nas passarelas e o mercado da moda no Brasil?
LUANA – Sempre existiu ditadura da beleza, só que de maneiras diferentes. Às vezes, não era necessário ser tão magra, mas a perfeição – na altura, cabelo, pele e olhos – era exigida. Acho isso cruel, mas enquanto houver quem consome, sempre haverá produto. Trata-se de engrenagem meio óbvia do capitalismo e não tem muito como ser contra. O fato é que podemos discutir o quefor, mas as modelos sempre serão magras. Comprar os produtos que vendem a ‘beleza perfeita’ é questão de escolha.


DIA-A-DIA – Em 2007 e 2008 você recusou dois convites para a TV e disse que não queria fazer novela tão cedo (em 2012, Luana voltou em Guerra dos Sexos). Esse hiato era
necessário?
LUANA – Trabalho com televisão desde o começo da minha carreira, mas demorei para fazer novelas inteiras, porque sou produtora teatral. É necessário ter disponibilidade e as agendas não batiam muito. Enquanto isso, participei de programas pequenos, minisséries de três meses, variando com cinema e teatro. Guerra dos Sexos coincidiu com o nascimento do meu filho, então não estava com nada programado em curso. Para minha sorte, deu tudo certo.

Foto Divulgação - Atriz apresentou programa no canal GNT por três anos


DIA-A-DIA – Ao mesmo tempo em que procurou se distanciar das novelas, você enveredou com afinco no segmento do teatro infantil. Por quê?
LUANA – Gosto de crianças e de teatro. Após minha primeira produção me dar o ‘caminho das pedras’, sabia que queria fazer teatro infantil de conteúdo. Consegui recursos para realizar obra de qualidade para as crianças, porque acredito não se tratar apenas de entretenimento. O teatro pode ensinar muito e até ajudar na formação do caráter de uma pessoa. Esse é o meu foco. Além disso, as crianças dão retorno, me alimentam e são os que me incentivam a realizar esses projetos.

DIA-A-DIA – Por que você acha que o teatro não é tão valorizado quanto a TV no Brasil?
LUANA – Porque a gente vive em um País de terceiro mundo, onde a maioria das pessoas é muito pobre e não tem acesso à educação de qualidade. O brasileiro tem toda a vontade e iniciativa de melhorar e evoluir, então é uma questão governamental. Com todas as coisas boas daqui e se tivéssemos educação e saúde de primeira, seríamos certamente a maior potência do mundo.

Foto: Reprodução/Facebook - A atriz que completa 38 anos no dia 29, sempre se preocupou em participar de campanhas sociais. A mais recente (acima) é sobre a importância das pes



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