A fascite é uma inflamação do tecido denso da sola do pé que ocorre por microtraumatismos de repetição na origem da tuberosidade medial do calcâneo, na região conhecida como arco do pé. É uma das reclamações ortopédicas mais comuns e afeta geralmente homens ativos com idade entre 40 e 70 anos. A fáscia retém músculos e tendões na planta do pé e dedos, reduz a compressão das artérias e nervos plantares e digitais e, talvez, auxilia o retorno venoso. Nos triângulos de sustentação, existe o coxim adiposo responsável pela diminuição da pressão (amortecedor elástico).

O tendão de Aquiles também se prende no calcâneo. Se este estiver muito tenso, há uma redistribuição ao longo da fáscia. Quando seu pé aplaina ou fica instável durante tempos críticos no andar, o arco dobra, puxando a fáscia plantar. Muita tensão pode rasgá-la, resultando em dor e inchaço.

A fascite plantar atinge cerca de 10% da população em algum momento da vida e sua causa mais comum é de origem mecânica, envolvendo forças compressivas que ampliam o arco longitudinal do pé. Cerca de 60% do peso corporal estão distribuídos sobre o calcanhar. Os fatores de risco são: pé chato ou cavo; obesidade ou ganho súbito de peso; corridas de longa distância em ladeiras ou superfícies irregulares; tensão no tendão de Aquiles; calçados com apoio insuficiente à curva do pé ou solas macias, entre outros.

O diagnóstico é realizado através do histórico e de um exame físico que irá mostrar ao médico uma sensibilidade exacerbada na sola do pé, rigidez ou tensão do arco da sola, pé chato ou cavo e edema leve ou vermelhidão. Exames como raios X podem descartar outros problemas, mas a presença do esporão do calcâneo não é significativa.

A queixa mais comum é incômodo e rigidez na sola do pé, sendo que a dor no calcanhar pode ser leve ou aguda, além de provocar uma sensação de queimação. Geralmente, a dor aparece pela manhã, ao dar os primeiros passos; depois de ficar em pé ou sentar por algum tempo; ao subir escadas; e após atividades intensas. Para preveni-la, vale seguir as seguintes recomendações:

- Evite andar descalço em superfícies rígidas e não utilize calçados planos;
- Danças, incluindo especialidades como o balé e performances aeróbicas, são fatores de risco;
- Alongue os músculos da panturrilha antes e após toda corrida;
- Utilize calçado adequado para o seu tipo de pé;
- Cuidado com o aumento do tamanho do passo durante a caminhada ou corrida, já que é uma anomalia comum entre corredores;
- Use palmilhas feitas sob medida;
- Com o uso de fitas desportivas apropriadas, há uma maior proteção da fáscia plantar, que auxilia na recuperação;
- Evite atividades que agravam a dor;
- A sensação de dor pode se desenvolver lentamente com o passar do tempo ou repentinamente, após atividade intensa. Procure um médico se apresentar sintomas de fascite plantar.