Japa girl

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Miriam Gimenes

Nakamura começou a estudar balé aos nove anos de idade. Foto: Vera Jordan

Quem sabe faz ao vivo. Dono de inúmeras frases de efeito e um dos maiores apresentadores da televisão brasileira, Fausto Silva tem domínio do que fala. E também desenvolveu faro para identificar talentos. Não fosse isso, jamais dividiria o palco com Ana Carolina Soares Nakamura, mais conhecida como Carol e tratada por ele como Japa. A bailarina, que há dez anos integra a equipe do Domingão do Faustão, da Rede Globo, ganhou destaque e hoje é uma espécie de curinga do programa. “Sou mil e uma utilidades dentro da casa”, define. É com essa disposição que ela aparece todos os domingos para milhões de brasileiros para mostrar seu talento em tempo real. E não decepciona.

Carol começou a estudar balé cedo. Aos 9, já arriscava os passos na Escola Estadual Maria Olenewa, primeira instituição de dança clássica fundada no Brasil. Depois de alguns anos formou-se, e conseguiu vaga para dançar no musical A Bela e a Fera, que se apresentaria na Argentina. Quando voltou, o mesmo coreógrafo da peça, Sylvio Lemgruber, era o que selecionava as bailarinas do Faustão, e a convidou para um teste, que teve oito etapas. Passou. De dançarina, ganhou a oportunidade de atuar no palco e hoje ocupa um espaço que não sabe definir. “Digo que minha profissão não tem nome, acho que vou criar. Não sou apresentadora, porque esse título é do Fausto. Apresentadora pode ser meu futuro, com muito estudo, porque ainda não estou preparada para isso. Estou no lugar certo, com a pessoa certa, prestando atenção em tudo e foi oportunidade que tive e consegui fazer render”, pondera.

A moça é muito grata à chance e aos conselhos dados pelo apresentador. “Isso ele já me dizia lá atrás: ‘Uma hora você vai ficar conhecida, precisa saber fazer suas escolhas, mostrar seu trabalho, porque rostinho bonito na televisão a gente tem um monte, mas é preciso ter conteúdo.’” Mantém por ele a mesma consideração que tem pelo pai. “É um pouco exagerado, mas no meu lado profissional, ele me ensinou tudo que sei, me deu oportunidades, é o cara que foi meu salvador”, agradece.

O salvamento a que ela se refere aconteceu em 2009, quando ela teve um problema grave no rim esquerdo, até hoje não diagnosticado, que quase ocasionou sua morte. Passou por seis cirurgias. O órgão chegou a ter apenas 12% de funcionamento e, por isso, teve de ser retirado. Ela ficou por muito tempo morando em um quarto de hospital, se afastou por quase um ano do programa e teve todo amparo do apresentador, que inclusive indicou o médico que a tratou.

Depois do episódio, além de mudar hábitos alimentares e do cotidiano, sua visão de vida é outra. “Como o rim doía muito, não conseguia nem sentar direito. Então, conseguir fazer as coisas normais que às vezes na vida não prestamos atenção por conta da correria, tudo isso tudo tem muito valor agora.” Seu lema é não reclamar de nada, apenas agradecer.

Carol e Sidney durante apresentação da Dança dos Famosos, em 2007. Foto: Zé Paulo Cardeal/Rede Globo/Divulgação

UM NOVO TEMPO
Passada a tempestade, Carol tem planos, muitos planos. Até por conta deles, se viu sem tempo para desfilar no Carnaval deste ano, uma de suas paixões. Começou na Sapucaí na comissão de frente da Beija-Flor, mas há três anos saia como destaque da Acadêmicos do Grande Rio. “Estou muito enrolada e eu não sei fazer nada que não me dedique. Mas no ano que vem estarei lá”, avisa. Entre os compromissos que a deixaram atarefada nos últimos tempos está o seu casamento com o ator Sidney Sampaio.

O casal, que começou a namorar nos bastidores da Dança dos Famosos em 2007, se separou por um tempo e retomou o romance com força total. Planejavam o enlace para abril próximo. Só que por conta de uma reforma no sítio do noivo, local onde seria a cerimônia e festa, a data teve de ser adiada. “Eu achava que poderia resolver minha vida em dois meses. Mentira. Não é nada assim, tudo muito complicado, são inúmeras reuniões. Mas casamos ainda neste ano”, garante. Carol, que admite o sonho de se casar, diz que encontrou no galã alguém merecedor de seu sentimento. Tanto que os dois ficaram noivos em um lugar que é a paixão da bailarina: na Disney. Sidney esperou a apresentação do desenho que ela mais gosta – A Bela e a Fera –, sacou as alianças do bolso e a pediu em casamento. Com ele, Carol pensa em ter mais filhos.

Sim, porque com apenas 30 anos, ela é mãe de um adolescente de 14, Juan. A moça foi mãe cedo e diz que somente hoje tem a dimensão do que a maternidade precoce teve na sua vida. “Nunca chegaria tão longe se não fosse o Juan. Ele é minha fonte de inspiração, meu combustível. Se em algum momento na vida penso em desistir, sei que não posso por causa dele”, diz, emocionada. Ela admite que não foi fácil ter tão cedo a responsabilidade por uma vida, mas em contrapartida ele nunca deu trabalho, somente orgulho. “Somos muito amigos. Ele deu o primeiro beijo e me disse, começou a namorar me disse, está com dúvida conversa comigo. O meu maior medo era de ele não ter essa liberdade comigo e ele tem. Tenho um menino de ouro em casa.”

Carol diz ter bastante tato com crianças, talvez por conta da experiência materna. “Por mim teria vários filhos, tenho uma conexão com criança muito forte. Acho que tenho a alma de criança e isso atrai. Mas estou deixando a vida me levar, tipo Zeca Pagodinho. Acho que não é o momento (de ter filhos), as coisas estão acontecendo agora.” Se acontecer, no entanto, será um presente. Isso ela deixa nas mãos de Deus.

ELA POR ELA MESMA
A mistura de descendências a deu uma beleza singular. O pai, filho de japoneses, e a mãe, carioca e loira. “De oriental eu só tenho o olho puxado e o hábito de rezar”, diz, sorrindo. Carol se define distraída e diz que é do tipo que dirige para o ir ao Projac gravar, em Jacarepaguá, e acaba saindo em Niterói, que fica no sentido contrário e tem quase 50 quilômetros de dist&aci



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