Atenção às manchas

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Dra. Veridiana Pires de Camargo

 Você sabia que pequenas manchas ou pintas podem ser sinal de doenças de alta complexidade? Sim, este é o caso do melanoma, o tipo de câncer de pele mais grave devido à sua alta capacidade de metástase (isto é, de replicação e migração da doença para outros órgãos). O fato de ser confundido com pintas comuns pode retardar o diagnóstico precoce. A incidência de pessoas com a doença é cada vez maior. Somente em 2012, cerca de 6.200 novos casos foram registrados no País, de acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer).

O melanoma está relacionado aos casos de exposição intensa ao sol e, por isso, é indispensável o uso de protetores solares para que não haja uma ação cumulativa da radiação. Segundo o Inca, o correto é aplicar o protetor solar 20 minutos antes da exposição ao sol e repassá-lo a cada duas horas. O que não significa que você está totalmente imune. O ideal é ainda se proteger com chapéus e guarda-sol na praia, por exemplo. Vale lembrar que o período das 10h às 16h é o mais perigoso. Além da exposição solar, outro fator que aumenta o risco para o melanoma é a câmera de bronzeamente artificial, considerada pela Organização Mundial da Saúde como cancerígena. No Brasil, este tipo de equipamento está proibido desde 2009.

É muito importante ressaltar também que, apesar de ser mais comum o aparecimento em locais onde a pele teve exposição ao sol, o melanoma pode surgir em qualquer parte do corpo. Isso se deve ao fato de ser um câncer das células que produzem a pigmentação e, embora este tipo de célula seja mais presente na pele, há também em outros locais, como no revestimento interno do trato respiratório, por exemplo. E muito se engana quem pensa que o melanoma é uma doença exclusiva dos idosos. Sim, existe uma ampliação nas probabilidades de ocorrência com o aumento da idade, mas o melanoma acomete jovem também. Por isso, é fundamental estar sempre protegido, independentemente da idade.

O melanoma em estágios  iniciais apresenta alta probabilidade de cura, por isso a importância do diagnóstico precoce. Quando mais avançado, podem ser utilizadas terapias que estimulam a imunidade contra o tumor e também terapias-alvo específicas para as alterações moleculares do paciente. Estes novos tratamentos, além de melhoria na sobrevida geral dos pacientes, trazem comodidade e mais qualidade de vida.

 

Dra. Veridiana Pires de Camargo é oncologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo




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