Cuide do seu rim

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Dr. Alexandre Crippa

Foto: Reprodução

A litíase ou cálculo renal, popularmente conhecida como ‘pedra no rim’, é originada pela precipitação anormal de cristais que, após se aglutinarem, dão origem ao cálculo. O problema acomete 15% da população, sendo duas vezes mais comum nos homens do que nas mulheres, principalmente na faixa etária entre 20 e 40 anos. No verão, devido à perda de líquido pela transpiração e a consequente diminuição da diurese, a incidência de cólica renal pode aumentar em até 20%. A imensa maioria dos cálculos que se formam nos rins é constituída por 70% a 80% de cálcio (oxalato ou fosfato), 10% a 15% de ácido úrico, 10% a 15% de estruvita e cistina. Existem ainda alguns medicamentos que podem levar à precipitação de cristais e formação de cálculos.
A pessoa que é acometida por cólica renal costuma sentir uma forte dor aguda, repentina, que independe da posição ou movimentação, localizada na região lombar das costas e geralmente unilateral. Essa dor é comparada à do parto e acontece quando há dilatação no rim pela interrupção da passagem de urina, que é escoada até a bexiga pelo ureter, o qual também pode sofrer dilatação. A dor também pode migrar para a região lateral do abdômen, pelve e para os genitais do homem ou da mulher.
Além da dor, o quadro clínico também tende a apresentar sangue na urina (que fica vermelha ou com cor de Coca-Cola), vômitos e febre. A suspeita de cálculo é levantada a partir do histórico e do quadro clínico do paciente. Já a comprovação do diagnóstico é normalmente realizada pela tomografia computadorizada sem uso de contraste. Esse exame também define o tamanho e a localização do cálculo, o que irá influenciar no tipo de tratamento.
Na fase aguda, faz-se uma analgesia e, dependendo da localização do cálculo, pode-se adotar uma conduta expectante – ou seja, aguardar que o organismo elimine o cálculo. A litotripsia extracorpórea (máquina que fragmenta o cálculo por ondas de choque) e a ureterolitotripsia (fragmentação e retirada do cálculo por via endoscópica) também são métodos de tratamento na fase aguda.
O cálculo renal também pode ser tratado por cirurgia percutânea (nefrolitotripsia) com uma pequena incisão na pele, na região dorsal, para fragmentar e retirar o cálculo. Existe ainda o tratamento medicamentoso, que vai depender do tipo de ‘pedra’.
Em alguns casos, a prevenção ainda é a melhor solução, com a ingestão de líquido suficiente para ter um volume de urina de, aproximadamente, 1.500 a 2.000 ml por dia.
Portanto, as dicas são urinar de seis a oito vezes por dia; não abusar do consumo de sal e carne vermelha; evitar os excessos de vitamina C; controlar o peso e dar preferência à ingestão de sucos naturais de limão ou laranja. Essas recomendações vão fazer com que a urina fique com o aspecto mais transparente do que amarelo, e diminuir a recorrência do cálculo, que varia de 50% a 80%.

* Dr. Alexandre Crippa é urologista do Núcleo de Urologia do Hospital Samaritano de São Paulo e da Clínica UROBrasil




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