Infarto em mulheres

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Dr. Marcelo Cantarelli

Foto: SXChu

Mais de 17 milhões de pessoas morrem por ano vítimas de doenças cardiovasculares. Os dados são da OMS (Organização Mundial da Saúde), que relata ainda que esses problemas representam a maior causa de óbitos no Brasil, com 360 mil casos anuais. As mulheres ganham cada vez mais espaço dentro dessa estatística: se há 20 anos elas representavam 10% dos casos de infarto agudo do miocárdio, hoje 30% são do sexo feminino.

Estudos constatam que o infarto nas mulheres tem pior evolução e elas têm duas vezes mais chance de morte que os homens. No Brasil, mais de 200 por dia são acometidas pelo infarto – e 80 não sobrevivem. A doença cardiovascular chega a matar seis vezes mais que o câncer de mama.

O aumento da ocorrência nos últimos 30 anos está relacionado à exposição exagerada aos fatores de risco: colesterol, obesidade, diabetes, pressão alta, tabagismo, estresse e sedentarismo. Cerca de 40% apresentam aumento da circunferência abdominal; mais de 20% fumam; 18% são ex-fumantes; 23% têm os níveis de pressão arterial acima do normal e 21% possuem alteração dos níveis de colesterol. Além disso, as mulheres estão cada vez mais inseridas no mercado de trabalho e acumulam o estresse do mundo corporativo com o dos cuidados da família, comprometendo em muito a qualidade de vida.

E a idade de maior risco de problemas cardíacos é na maturidade, após os 50 anos, quando chegam à menopausa. A partir desse período diminui a produção do estrogênio, um protetor da saúde feminina e grande aliado do coração – porque estimula a dilatação dos vasos, facilitando o fluxo sanguíneo –, aumentando as chances de doenças cardiovasculares. Entre as jovens, a associação da pílula anticoncepcional com o cigarro potencializa o risco de infarto em até cinco vezes.

O tratamento do infarto consiste em desentupir a artéria coronária que obstrui a passagem de sangue para o músculo cardíaco e pode ser feito através de uma medicação trombolítica ou do cateterismo (angioplastia). Entretanto, para que haja sucesso no tratamento, ele deve ser realizado o mais rápido possível. É importante conhecer os sintomas (dor no peito, na ‘boca do estômago’ ou nas costas, correndo para o pescoço, mandíbula ou braço esquerdo, acompanhada de suor frio, enjoo, vômitos, falta de ar, tontura ou desmaio) e procurar ajuda o mais rápido possível.

A Campanha Coração Alerta da SBHCI (Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista) e da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) quer reduzir as mortes por infarto através da informação, estimulando o público a realizar exames de rotina (pressão arterial, colesterol e glicemia), que são a chave para o diagnóstico precoce e a prevenção de doenças cardíacas.

No site da campanha e nas mídias sociais é possível se informar sobre os sintomas, tratamentos e principalmente sobre a prevenção através da melhora da qualidade de vida. Acesse www.coracaoalerta.com.br e cuide da saúde. Compartilhe essa causa! 

* Dr. Marcelo Cantarelli é especialista em Cardiologia Clínica e Cardiologia Intervencionista, além de integrar o ACC (The American College of Cardiology) e a Scai (The Society of Cardiovascular Angiography and Interventions).




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