Quadrilátero da moda

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Miriam Gimenes

Bleecker Street é rua destaque de Nova Iorque onde Bob Dylan  e Jimi Hendrix começaram carreira. Foto: Alexandre Herchcovitch

Um dos desfiles mais badalados da semana de moda paulistana é o de Alexandre Herchcovitch. O estilista, que desenha peças masculinas e femininas – e tem a caveira como símbolo – criou um estilo que é referência não só no Brasil, mas também internacional. Tanto que já produziu desfiles nas principais ‘capitais’ de moda. E escolheu quatro delas para serem o tema de seu recém-lançado O Guia de Viagem de Alexandre Herchcovitch – Nova York, Londres, Paris e Tóquio (Editora Pulp, 256 páginas, R$ 39,90). Além de dicas de hospedagem, passeio, compras e restaurantes, o leitor também poderá se deliciar com as fotos feitas pelo próprio autor.
Herchcovitch teve a ideia de fazer o guia durante a compra de um presente para o sobrinho. “Fui pagar e dei de cara com o guia da Didi Wagner de Nova York. Apesar de conhecer muito bem a cidade, resolvi comprá-lo. Fiquei impressionado com o conteúdo do guia e também como era benfeito. Imediatamente escrevi para a editora Pulp com uma imensa vontade de ter o meu guia publicado por eles.” Elegeu, então, as quatro cidades que mais conhece além de São Paulo, cada qual com suas peculiaridades.
Em Nova York, por exemplo, o estilista destaca a liberdade de expressão, visto que lá “todos podem ser como quiserem sem medo”. Já em Londres, o clima e seus lindos parques e jardim. A apaixonante Paris – onde ele esteve, pelo menos, 30 vezes –, as ruas lindas e charmosas e, em Tóquio, tudo, já que considera uma cidade especial. “Pela cultura diferente da nossa, por seus bairros pequenos e pela comida.”
O estilista lembra que visita Paris desde o tempo em que precisava de visto e ao invés de euros, a moeda corrente era o franco. “De 1993 a 1999 costumava ir duas vezes ao ano para a feira de tecidos Premiere Vision. Fazia compra para minha marca e para Zoomp, onde trabalhava como diretor criativo. A partir do ano 2000, comecei a desfilar em Paris e passei a ir quatro vezes por ano.” Hoje só visita a Cidade Luz a passeio e a aproveita como nunca conseguiu. Confira, a seguir, as dicas dele para cada destino e aproveite-as em sua próxima viagem.

Nova York

Alexandre visita a cidade pelo menos duas vezes ao ano. Uma das coisas que mais gosta de fazer lá é andar de bicicleta – pode-se comprar um passe para 24 horas, sete dias ou um ano (informações no site www.citibikenyc.com). “Gosto muito do Museum at FIT (de moda), do Museu de História Natural, que visito ao menos uma vez por ano, e de cruzar o Central Park até chegar na 5ª Avenida para ver as exposições de moda e arte do Metropolitan.” Como adora vasculhar antiquários, tem destino certo: a Atlantic Avenue, no Brooklyn. O comércio local é bem diferente do que o de Manhattan e Williamsburg. Entre os hotéis, destaca o Ace Hotel, em NoMad, o Hotel Americano, no Chelsea, o Hotel on Revington, no Lower East Side, entre outros. E Nova York não tem apenas fast-food. O que o estilista indica lá são restaurantes italianos e asiáticos.

Paris

Ah, Paris! Dá até para ouvir um suspiro quando pronunciado o nome da cidade. Alexandre é apaixonado por ela e a conhece como a palma de suas mãos. “Paris é, sem dúvida, uma das cidades mais bonitas do planeta e, mesmo depois de ter ido inúmeras vezes, ainda me impressiono com os monumentos, com as avenidas, com as praças e até com os nomes das ruas. Faz muita diferença poder caminhar sem destino por uma cidade onde se vê o céu e onde tudo parece ter sido feito para ser contemplado.” O estilista gosta de se hospedar no Hôtel du Pas de Calais, em Saint-Germain, onde fica na mesma suíte (a 55) desde a primeira vez que foi pra lá. Para comer com tranquilidade, sugere fazer a reserva por e-mail, telefone ou pelo site LaFourchette.com, que disponibiliza alguns cardápios. Entre os brechós, ele aponta o Chez Sarah, em Marché aux Puces de Saint-Ouen, como a maior seleção vintage do país.

Na porta da loja da estilista Vivienne Westwood tem um relógio que anda ao contrário. Foto: Alexandre Herchcovitch

Londres

Na ‘terra da rainha’, o estilista diz que é difícil se programar, já que há muito o que conhecer. “Quando faz sol e calor, gosto de caminhar pela beira do Tâmisa, entre a London Eye e a Tower Bridge, parando para curtir a Tate Modern (Museu de Arte Moderna). Outra opção é comprar uma cesta de piquenique no Food Hall da Harrod’s ou da Fortnum & Mason para comer no gramado, perto da Serpentine Gallery, que a cada verão ganha um pavilhão criado por um arquiteto diferente.” No caso de chuva, ele sugere o Natural History Museum e o Victoria and Albert Museum. Entre os bairros bons para ficar, indica East London, mas lembra que as libras esterlinas são um tanto caras, portanto, é melhor nem converter o valor das diárias para o real. Para sanar a fome sugere a rede de fast-food com influências orientais EAT, espalhada por toda cidade, e o israelense Ottolengui, entre outros. Os amantes de moda, como ele, vão adorar fazer uma visita ao Vintage Showroom, em Convent Gardem, que vende roupas masculinas.

Tóquio

Entre a enorme lista de qualidades da cidade, um dos pontos que mais agradam Herchcovitch é a manutenção de valores básicos como limpeza, organização, respeito aos outros, ao design e às tradições. “Fico sempre em Shibuya, de onde vou a pé para Aoyama, Omotesando, Daikanyama. São bairros cheios de vitrines legais, restaurantes gostosos, arquitetura incrível e descobertas fascinantes. Mas minha região preferida é o subúrbio de Shimo-Kitazawa, que parece uma cidade do interior.” E atenção: em Tóquio você tem de seguir o fluxo da cidade. Há um lado da calçada para ir e outro para vir. O mesmo acontece em escadas, corredores e passarelas. O estilista sugere caminhada pelo bairro Shimo-Kitazawa, que é repleto de lojas, e a hospedagem no Cerulean Tower Tokyu Hotel, onde em dias limpos dá para avistar o Monte Fuji. Para comer, se não tiver afinidade com a língua, é



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