O dia em que Deus calou a diva

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Heloisa Cestari

 

Monumento La Mano, feito pelo chileno Mario Irrazabal em 1981: cartão-postal de Punta del Este. Foto: Divulgação

Se o conceito de diva – traduzido no dicionário Houaiss como divindade feminina ou musa inspiradora, famosa por sua beleza e talento – pudesse ser personificado, ele certamente assumiria a forma de alguma estrela da música internacional, como a eterna Diana Ross. Voz do The Supremes, segundo grupo de maior sucesso do mundo na década de 1960, atrás apenas dos Beatles, a cantora já vendeu mais de 100 milhões de discos e sempre foi venerada por Michael Jackson, que admitiu em sua autobiografia, Moonwalking, ter feito inúmeras cirurgias plásticas faciais na intenção de ficar mais parecido com sua grande musa. Em sua curta estada no Brasil, em junho, a quase septuagenária popstar passeou pelas ruas de São Paulo em um Rolls Royce avaliado em R$ 2,4 milhões, fez exigências de camarim e se recusou a falar com a imprensa. Na esperança de conversar com ela, a equipe da Dia-a-Dia foi a Punta del Este, no Uruguai, conferir seu show no luxuoso Conrad Resort & Casino, que havia organizado apresentação exclusiva para uma seleta lista de hóspedes fiéis às roletas, que chegam a deixar milhares de dólares em uma mesa de carteado. Mas, desta vez, o Todo-Poderoso resolveu medir forças com a deusa do soul – e com o poderio das doletas que se esvaem nos caça-níqueis – e calou a diva. Devido às condições meteorológicas, o jatinho de Diana Ross não pôde aterrissar e o show teve de ser cancelado, o que não chegou a ser grande problema para os convidados vip, ávidos por arriscar altas quantias no único cassino estilo Las Vegas da América do Sul, operado pela rede Caesar.


Nos últimos três anos, a grande final do cobiçado Conrad Poker Tour, em dezembro, entregou US$ 2 milhões em prêmios. As próximas etapas do torneio de pôquer estão agendadas para os dias 6, 7, 20 e 21 de setembro. “No verão, uma senhora depositou uma única ficha e faturou US$ 103 mil”, lembra a gerente de relações públicas María Fernández, ressaltando que 70% do dinheiro movimentado no resort provém do cassino. E o número de hóspedes brasileiros já é maior que o de argentinos, graças aos três voos charters semanais que o resort opera entre o Brasil e Punta del Este (dois com embarque em São Paulo e um saindo do Rio de Janeiro).


Os menos afeitos a jogo também encontram o que fazer no empreendimento, que conta com spa, piscina climatizada, quadra de tênis, saunas seca e a vapor, academia, Kids Club e uma praça fashion com lojas Tiffany & Co., Undici, Sensation du Temps, Casa López, a perfumaria Serendipity, o antiquário Tempo Antigo e a butique Paradise, além de 294 apartamentos com vista para o mar.


No dia 2 de novembro, o aniversário de 16 anos do Conrad será celebrado com show do ex-Beatle Ringo Star. E além das Semanas da Sorte, há pacotes exclusivos para experiências gastronômicas, culturais e turísticas em Punta del Este.

 

 

Doces do Conrad Punta del Este são capítulo à parte da sofisticada gastronomia de seus cinco restaurantes. Foto: Heloísa Cestari

A gastronomia é outro capítulo à parte – especialmente na baixa temporada, quando 80% dos estabelecimentos comerciais da cidade fecham as portas. Cinco restaurantes do Conrad fazem a festa dos comensais, com opções que vão desde o menu variado do 24 horas Las Brisas – que serve frutos do mar no verão e puchero no inverno, sem falar nos sushis, pizzas, carnes e sopas, tudo com vista para a belíssima Ilha de Gorriti – até o delicioso bufê de doces do Los Veleros, que oferece tardes de chá com bingo.


Além deles, é possível provar coquetéis no bar do Club Fortuna (no cassino) e no Manjares, sede de festivais internacionais; saborear uma típica parrillada uruguaia (o churrasco deles) à beira da piscina no pool bar Los Gauchos; e viver uma experiência gourmet inigualável com o cardápio de alta gastronomia mediterrânea do exclusivo Saint Tropez, que já recebeu personalidades como Luis Miguel, Shakira, Roberto Carlos, Julio Iglesias e Athina Onassis.


Render-se aos prazeres da mesa, aliás, é pedida praticamente irrecusável em dias frios. Ainda mais quando se visita a zona rural de Maldonado, onde são produzidos alguns do melhores queijos, vinhos, azeites e doces de leite do Uruguai. Comece o passeio pela queijaria artesanal Nonno Antonio (www.quesosnonnoantonio.com), que abre todos os dias durante o verão e de segunda a sábado entre abril e outubro. “Todos os nossos queijos são produzidos de forma maternal”, diz a proprietária, Marisa Carvalho, que faz questão de explicar, detalhadamente, todo o processo da fabricação de seus queijos enquanto os visitantes experimentam versões como o cabrales e o cremoso mascarpone com torradinhas e palitos salgados. A degustação de queijos harmonizada com vinhos e espumante custa US$ 25 por pessoa – mesmo preço do pedaço de 600 g de gorgonzola.

 

Bodega Alto de la Ballena oferece tours com direito a degustação de vinhos; uva tannat é típica da região. Foto: Heloísa Cestari

Outro ponto imperdível aos devotos de Baco é a bodega Alto de la Ballena (www.altodelaballena.com), do casal Paula Pivel e Álvaro Lorenzo. “Decidimos ter essa vinícola em Punta porque a proximidade do mar e a qualidade da terra permitem manter a produção baixa para atingir uma maturação bem completa”, explica Paula. Além disso, o clima frio e a brisa do mar ajudam a manter a qualidade das uvas, que geralmente apresentam mais sabor e harmonia. “A mais típica do Uruguai é a tannat, que dá tanto no Sul quanto no Norte. Tem muita acidez, cor e sabor. Um símbolo do país”, diz a p



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