Ela é top, capa de revista

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Isadora Almeida

 

Isabella considera usar top de academia no dia a dia o erro mais comum da moda. Foto: Gustavo Scatena

Isabella Fiorentino Hawilla dita a moda com propriedade. Afinal, tem currículo de dar inveja a qualquer fashionista: é consultora de imagem, modelo, autora de dois livros, dona de um site e comanda com Arlindo Grund o programa Esquadrão da Moda, no SBT, reality show em que orienta mulheres de gosto duvidoso a se vestir com elegância. Como se tudo isso não bastasse, ainda tem de arrumar tempo para se dedicar ao marido e aos trigêmeos univitelinos, que completaram 2 anos em agosto.
A multitalentos concedeu entrevista à Dia-a-Dia na sua residência, em São Paulo. Vestida inteira de preto, mas nada básica, com blusa lisa, legging em detalhes dourados e pés descalços, Bella (como gosta de ser chamada) pediu licença para fazer um lanche – havia chegado direto da gravação do programa – e logo iniciou a conversa, enquanto se preparava para a sessão de fotos. Entre cabelos, sombras e vestidos, a modelo confessa que é vaidosa ao extremo e que teme a velhice, apesar de se considerar mais bonita e segura nos dias de hoje do que quando tinha seus vinte e poucos anos.
Focada em sua página na internet, conta o quanto se empenha neste novo projeto e explica: “Agora, tiro foto de tudo para colocar no site. Tem seções de moda, beleza, comportamento, responsabilidade social, meio ambiente e começamos uma área nova de comidinhas, onde dou dicas e receitas saudáveis”.
Isabella também adora fazer releituras de looks seus para mulheres com diferentes tipos de corpo e idade. “Tenho o cuidado de querer que as pessoas que estão fora do padrão de beleza possam se inspirar.” A modelo já pensou, inclusive, em criar sua própria grife, e tem projetos para o futuro que, por enquanto, prefere manter em segredo.

TODA BELLA


Com vasto repertório sobre o assunto, Isabella acredita que a moda no Brasil está mais democrática. Sem preconizar uma única tendência a ser seguida, as pessoas usam os modelos com os quais mais se identificam, buscando mostrar o próprio estilo. Mas, na opinião da apresentadora, os preços são abusivos e não têm mais relação direta com qualidade. “O que é bom é caro mesmo, não tem jeito. Tecidos importados, estampas exclusivas, acabamento impecável: tudo isso custa muito caro. Mas até em lojas de departamento vê-se roupas de três dígitos para cima. E se você viajar para os Estados Unidos, encontrará as mesmas peças por um quinto do preço”, observa Bella, que considera os blogs de moda no País mais realistas do que os editoriais das revistas.
Seguidora assídua de várias blogueiras famosas, a modelo exalta a importância de que cada formadora de opinião preserve sua identidade e estilo próprios. Caso contrário, acabam se tornando garotas-propaganda. Para ela, Thássia Naves é ousada, Lalá Rudge é clássica e Bia Perotti é vintage com pegadas retrô.
Apesar de ter definido em seu primeiro livro (Na Moda com Isabella Fiorentino) o estilo que cada pessoa pode ter, a apresentadora mudou sua opinião em relação aos estereótipos. Acha difícil definir um indivíduo apenas com um estilo e acredita que os looks devem ser compostos, tendo um perfil predominante e detalhes de outro. “Por exemplo, você pode vestir um top agressivo, rocker, por baixo de uma blusinha mais romântica. Isso dá uma modernizada. Gosto desses mix de estilos.”
Foi dando exemplos como este que Isabella adquiriu a fama de mulher elegante e ousada. A modelo não suporta vulgaridades e esboça uma careta quando o assunto é o chamado ‘estilo panicat’, que tomou as ruas nos últimos tempos. Mas defende: “Quando nos vestimos, sempre passamos uma mensagem e, nesse caso, a imagem é de uma mulher disponível e à procura. Eu não gosto, acho periguete, mas que bom que existem vários estilos. Se todos se vestissem iguais, o mundo seria muito sem graça.”
Sem precisar o número de pares de sapato que possui, Bella estima 80. Quanto às bolsas, gosta de poucas e boas. Imagina ter 20. Considera elegância como sinônimo de estar bem vestida. Segundo ela, para ficar bem diante do espelho é necessário ter três quesitos em mente: consciência do seu corpo, da sua idade e do ambiente em que se encontra, não importando idade, peso ou classe social.
Sua rotina resume-se a gravar o programa três vezes por semana, de três a quatro horas por dia, ir para casa e ficar com as crianças, que praticam aulas de música, passeiam no clube ou, então, visitam a casa dos avós. À noite, Bella se prepara para receber o marido. Gosta de estar animada para o companheiro e repudia mulheres que chegam acabadas ao fim do dia, com o cabelo desgrenhado.
Suas grifes prediletas no Brasil são NK Store, Marcelo Quadros e Reinaldo Lourenço. No Exterior, identifica-se com Oscar de la Renta, Céline e Zara. Tem dificuldade para definir o que considera um crime na moda, mas comenta que usar top de academia no dia a dia é um dos erros mais frequentes entre as mulheres que participam do reality show. Também não suporta alça de sutiã bege aparecendo: “É brega demais”.

TRABALHOS


Desde pequena, Bella queria ser artista, só não sabia ao certo qual a especialidade. Imitava a Xuxa jogando cartas de baralho para o alto e sorteando pessoas fictícias para ganhar prêmios também imaginários. “Eu fingia que estava diante das câmeras. Também pegava o tubo de xampu no banho e fingia que era microfone. De vez em quando, usava a filmadora do meu pai para entrevistar o Michael Jackson ou a Madonna”, lembra.
Com 12 anos, decidiu ser modelo. Aos 13, começou a compor o currículo quando sua madrinha a inscreveu em um concurso de novos talentos da revista Capricho. “Não fiquei bem colocada no concurso, mas o dono da Ford na época, o Eli, me chamou e eu comecei a trabalhar”, conta. Tornou-se consultora de imagem, publicou dois livros e decidiu ir para a televisão, primeiramente apresentando um quadro no programa Tudo a Ver, exibido na Record. Hoje, divide a telinha com Arlindo Grund no Esquadrão da Moda, baseado no reality norte-americano What Not To Wear. No ar desde 2009, o programa recorre a algumas doses de escracho para ensinar mulheres a se vestir com estilo. Em troca, as ‘vítimas’ ganham R$ 10 mil para renovar o guarda-roupa.
A pessoa mais difícil com quem trabalhou no programa foi uma professora de 37 anos, gordinha, que teria construído uma silhueta completamente



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