Já sintetizou vitamina D hoje?

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Alessandra Nunes

Fonte: Shutterstock
A deficiência de vitamina D diminui diretamente a absorção de cálcio. Por isso, sua falta está relacionada diretamente à saúde dos ossos. Não deveria ser tão comum em nosso País, devido ao clima tropical, porém, algumas pessoas, além de quase não se expor ao sol, ingerem poucos alimentos com bom teor dessa vitamina. 
Os indivíduos com maior propensão a desenvolver doenças relacionadas à falta de vitamina D são os bebês prematuros, crianças e idosos. A carência dela pode precipitar ou agravar a osteoporose e a osteomalácea (defeito na mineralização do osso) em adultos, além de provocar raquitismo em crianças. Não é comum aparecer sintomas em adultos, exceto por uma eventual dor, cansaço ou falta de equilíbrio. 
Mas a prevenção não é difícil, já que para aumentar os níveis de vitamina D basta a exposição ao sol de braços e pernas antes das 10h, por 15 a 20 minutos, no mínimo três vezes por semana, e sem protetor solar, já que fatores acima de 8 já impedem a produção do nutriente pela pele. 
Indivíduos com pele mais escura têm capacidade reduzida de sintetizar a vitamina D e por isso devem se expor ao sol com mais frequência. Então, para garantir uma boa dose, além da exposição aos raios solares, é importante a ingestão de no mínimo três fontes de alimentos ricos nesta vitamina todos os dias.
A vitamina D também tem importante papel nas contrações do músculo cardíaco. Ou seja, é vital para o bombeamento do sangue, e em níveis adequados mantém a pressão arterial em dia porque inibe a síntese de renina pelos rins (enzima envolvida na secreção de um hormônio que faz a pressão aumentar). 
E falando em hormônio, a insulina, responsável por colocar a glicose para dentro das células, depende da ação da vitamina D para estimular o pâncreas a produzi-la e para tornar a insulina mais sensível ao açúcar. Assim, taxas reduzidas de vitamina D podem estar relacionadas à síndrome metabólica, que engloba quadros de hipertensão, obesidade, colesterol ruim elevado e resistência insulínica. 
Uma grande vantagem é que o nutriente é bem estável nos alimentos. Isso significa que o armazenamento e os processos de cocção não diminuem os níveis de vitamina D nos alimentos. Alguns estudos apontam, inclusive, que ela pode ajudar no tratamento de doenças reumáticas, autoimunes, diabetes e alguns tipos de câncer. 
Após certa idade, a vitamina D se torna ainda mais fundamental, pois os ossos tendem a se desmineralizar em um ritmo acelerado, aumentando o risco de osteoporose. Além disso, o corpo perde massa muscular, o que favorece a ocorrência de quedas e até de certa dificuldade de locomoção. O maior problema é que na velhice a pele tem uma menor capacidade de síntese da vitamina. Por isso, muitos especialistas preconizam doses mais elevadas da substância, prescrevendo, de acordo com o caso, até mesmo a suplementação.
Mas atenção: o excesso também pode trazer problemas, como perda de apetite, náuseas, vômitos, sede excessiva seguida por um aumento exacerbado na quantidade de urina (sintomas facilmente confundidos com os da diabete). Então, fica a dica: para não correr o risco de errar na dose, o ideal é sempre consultar um especialista.
 
* Dra. Alessandra Paula Nunes é nutricionista com especialização em Nutrição Clínica e mestre em cardiologia



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