Nos passos do Papa

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Heloisa Cestari

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Eleição de Jorge Mario Bergoglio renovou a fé e o turismo da capital argentina

Nem só de tango, parrillas e alfajores vivem nossos hermanos. A outrora terra de Evita, Gardel e Maradona é agora do papa Francisco. Desde a eleição de Jorge Mario Bergoglio para o mais alto posto da Igreja Católica que a Argentina experimenta uma abençoada fase de renovação da fé e do turismo, com a visita de milhares de peregrinos ávidos por conhecer os lugares que marcaram a vida do novo pontífice em meio aos ‘bons ares’ portenhos. O resultado vai além dos suvenires sacros e das bandeiras em alusão ao Vaticano – brancas e douradas – penduradas nas janelas das residências do bairro de Flores, onde o religioso viveu durante a infância. Não bastasse o orgulho da população ironicamente desencadeado pelo caráter humilde e simples do papa, o país desenvolveu um roteiro que percorre 24 locais importantes na história da mais nova personalidade pop argentina.

O Circuito Papal, que contempla sete bairros portenhos, começa na Basílica de San José de Flores, onde o primeiro líder católico latino-americano teria recebido, aos 17 anos, um chamado divino para seguir a carreira religiosa. Também foi ali que, anos depois, Bergoglio celebrou sua primeira missa.

Em seguida, o ônibus segue rumo ao número 531 da Rua Membrilllar, casa onde o papa Francisco viveu com a mãe, o pai – imigrante italiano que trabalhava como ferroviário – e quatro irmãos.

A escola em que estudou desde o jardim de infância vem na sequência, assim como a pequena praça onde costumava jogar futebol com os amigos pensando no time do coração: o San Lorenzo – cujos torcedores são coincidentemente chamados de Los Santos, enquanto os rivais do Independiente amargam a alcunha de Diablos.

Mais alguns endereços e os passageiros do coletivo são apresentados pela guia ao presídio de Villa Devoto. Bergoglio fazia questão de rezar a missa da Quinta-Feira Santa ali.

Após uma hora de passeio, os passageiros podem finalmente esticar as pernas na primeira parada e fazer uma prece para a virgem desatadora de nós na Paróquia San José del Talar, no bairro Agronomia. A imagem da santa foi importada da Alemanha na década de 1980 a pedido do religioso, devoto declarado de Nossa Senhora em suas mais variadas manifestações.

Pedidos de graças encaminhados, é hora de retornar ao ônibus para conferir outros pontos de peregrinação. Alguns deles já são famosos nos catálogos das agências de turismo, como o Teatro Colón, ao lado da Praça Estado do Vaticano, onde Bergoglio gostava de assistir a apresentações de ópera vez ou outra.

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Catedral metropolitana foi palco das últimas missas do sacerdote antes de ser nomeado papa

A última parada é feita em outro emblemático cartão-postal da capital argentina: a Plaza de Mayo, para visita à Igreja San Francisco de Asís, de 1754, que guarda imagens, prataria e louças da Ordem Franciscana. Depois, os turistas seguem a pé até a Catedral Metropolitana, onde o então cardeal celebrou as últimas missas antes de ser nomeado para o mais alto posto do Vaticano. Hora de comprar camiseta, chaveiro e outros suvenires com o rosto do papa argentino estampado e agradecer aos céus por pelo menos Deus ser brasileiro. Amém. 




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