Depressão pós-parto

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Gabriella Leone

O nascimento de uma criança traz muitas felicidades a uma família, porém com ela mudanças significativas também acontecem, como por exemplo alteração na situação socioeconômica, mudanças na rotina do casal, no corpo da mulher, além das novas responsabilidades. Todas essas mudanças, tanto na gravidez, como no pós-parto, pode se transformar em períodos de crise. “Mesmo muito bem amparada por familiares e equipe multiprofissional competente, a mulher vivencia momentos de temor e de ansiedade no parto. É por isso que modificações intra e interpessoais desencadeadas pelo parto podem se refletir no pós-parto”, comenta o médico do Amparo Maternal, Eder Viana.

Algumas pesquisas apontaram que pelo menos 20% das mulheres sofrem de depressão pós-parto, principalmente as mamães de primeira viagem. As mudanças no comportamento feminino, geralmente acontecem quando a mãe já tem alta e está em casa. Os familiares devem ficar atentos. Caso algum sinal seja percebido a família deve incentivar a mulher procurar um profissional.

 
O especialista classifica a depressão pós-parto em três grupos:
 
Síndrome da tristeza pós-parto:
Muito conhecido como “Blues Puerperal”, derivado do gênero musical norte americano, consiste em alterações do humor com tendência a depressão. Entre os principais sintomas estão a tristeza e choro sem justificativas conflitante com um bebe saudável. “Esta ambivalência na maioria das vezes não é compreendida pela família”, conta o obstetra. Nesta fase é importante o apoio incondicional e o obstetra deve ser contatado para uma melhor avaliação do caso. O blues inicia-se nos primeiros dias do pós-parto e dura aproximadamente quinze dias na maioria dos casos.
 
Depressão Puerperal:
Possui sintomas mais intensos, como instabilidade emocional, irritabilidade, depressão ansiosa, anorexia, insônia, auto avaliações negativas e reprovações. “A mãe não se considera competente para cuidar de seu filho. Críticas negativas de seus familiares podem agravar os sintomas”, explica Viana. Nestes casos, o suporte de um médico psiquiatra torna-se fundamental no seguimento e muitas vezes o uso de medicações se torna imperiosa. “São casos mais duradouros que o Blues e que podem se tornar mais crônicos, impactando no desenvolvimento emocional da criança”, avalia o médico. Nestes casos, a mãe deve ver vigiada o tempo todo que estiver com o bebe.
 
Psicoses:
São casos gravíssimos onde ocorre uma ruptura com a realidade. São comuns alucinações, depressão grave, agitação severa, delírios, severas alterações do pensamento. “Nestes casos o risco de agressão ao filho e real. Existem registros de morte do recém-nascido por parte da mãe”, pondera Viana. Este evento é mais comum na primeira gestação, em gestantes que tiveram surtos antes da gravidez e em mulheres com história familiar de doença mental. O tratamento deverá ser conduzido por um psiquiatra clínico.
 



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