Bocelli e Plácido Domingo comemoram 100 anos de ópera

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Leticia de Castro Strazzi

Leticia de Castro Strazzi e Mauro Rampazzo

Público da Arena ficou emocionado com a abertura de Andrea Bocelli

A província de Verona, na Itália, foi o palco escolhido pelos tenores Andréa Bocelli e Plácido Domingo para festejar os 100 anos da ópera. Em uma noite de gala, no mês passado, eles emocionaram os fãs que foram prestigiá-los no famoso anfiteatro romano. Só sentiram a falta de José Carreras, que não participou por problemas familiares, e o Nobel italiano Dario Fo, que acabara de ficar viúvo.

Quem pôde assistir presenciou um espetáculo único e moderno, composto pelas árias populares e conhecidas de Giuseppe Verdi (1813-1901). Sua obra (La Traviata, Aida, Rigoletto, Nabucco, Il Trovatore) o fez ser considerado o maior compositor italiano de todos os tempos – e que neste ano completa o bicentenário de seu nascimento.

O espetáculo foi aberto pelo artista italiano mundialmente conhecido e atual embaixador da ópera: Andrea Bocelli que, com sua voz - doce, única e amada pelo público de todas as idades -, deu modernidade à sua interpretação no papel do personagem Cavaradossi da ária "E lucean le stelle", da ópera Tosca do compositor Giacomo Puccini ( 1858-1924). Sua entrada foi ovacionada com grande clamor pelos presentes.

Os maestros da noite foram Julian Kovatchev, Marcello Rotta e Placido Domingo. Este último, além de cantar, também dirigiu Andrea Bocelli na ária da opera Turandot di Giacomo Puccini. Para completar o espetáculo, cerca de 500 artistas que atuaram na orquestra, coral e corpo de baile da Arena de Verona, com cenários e figurinos ricos. Confira a seguir a entrevista exclusiva que Andréa Bocelli concedeu à apresentadora Alessandra Sacchetta, da RAI (Radiotelevisione Italiana).

Tenores da Fundação Pavarotti 

RAI - Antes dos concertos sua regra é o silêncio...
ANDREA BOCELLI - Sim, é uma regra séria, porque a minha agenda é repleta de compromissos. Acabo de fazer uma turnê na China e na Europa ( Praga, Berlim, Belgrado e Bucarest) e a minha voz precisa de repouso.

RAI – Você fez apresentações ao Papa, no Central Park... O que Verona tem de diferente?
BOCELLI - A Arena de Verona, em minha opinião, é um dos maiores teatros ao ar livre do mundo. Este teatro tem tantas recordações inesquecíveis para mim, como a vez em que cantei Requiem de Verdi e fui dirigido pelo maestro Lorin Maazel, há poucos meses do falecimento do meu pai. O público é apaixonado pela música, pessoas de várias partes do mundo veem prestigiar a lírica. Além, é claro, do fato de que neste local já se exibiram os maiores cantores do mundo.

RAI – Esta é uma noite de Tributo à Pavarotti e você não gosta de comparações de suas vozes, certo?
BOCELLI - Acho sem sentido estas comparações, pois um cantor se torna famoso quando tem uma voz reconhecível e diferente de todas as outras, e o maestro Pavarotti tinha esta característica. Eu também tenho esta característica e, portanto, nossas vozes são diferentes. A carreira do maestro Pavarotti foi única, o que ele fez é indizível. O verdadeiro objetivo da minha carreira de 20 anos é o carinho e admiração do público.


 




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