Salvador para todos

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Eliane de Souza

Elevador Lacerda liga o Pelô à Cidade Baixa.
Foto: Gabriel Carvalho/Setur/Divulgação

Assim que chega ao Aeroporto Deputado Luís Eduardo Magalhães, o turista é recepcionado com o clichê: ‘Sorria, você está na Bahia’. Motivos, de fato, não faltam. Salvador é hoje uma das principais metrópoles do Brasil, com aproximadamente 3 milhões de habitantes e frota de 700 mil veículos, além de prédios modernos, novas avenidas e dezenas de shoppings. A primeira capital do Brasil encanta por suas ladeiras, pela singular integração com a Baía de Todos-os-Santos, por seus 51 quilômetros de praias urbanas e construções históricas espalhadas pelo Centro Antigo.

Passear por Salvador é um deleite para os olhos de quem a visita, seja pela primeira vez ou pela enésima passagem. Os atrativos são diversos. E no dia 19, a etapa da Stock Car será um motivo a mais para curtir a cidade. Na onda dos grandes eventos esportivos, a capital baiana se prepara para sediar em junho alguns jogos da Copa das Confederações – um deles será o clássico Brasil x Itália, no dia 22 – e estará também na Copa do Mundo com a reinaugurada Arena Fonte Nova.
De olho no calendário esportivo, o governo do Estado, por meio da Secretaria do Turismo e Bahiatursa, lançou o Programa Bahia Turismo Copa, que reúne todas as ações desenvolvidas para receber turistas durante os megaeventos previstos para 2013, 2014 e 2016. Dividido em dez linhas de atuação, o programa aplicará cerca de R$ 280 milhões, distribuídos em obras de infraestrutura, qualificação profissional, promoção do destino, comunicação e aprimoramento dos serviços turísticos.
Somente Salvador deve receber, no período da Copa do Mundo, cerca de 750 mil turistas, sendo 140 mil estrangeiros. Para o secretário de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli, esse fluxo qualificado terá de receber atenção especial, porque se tornará um público multiplicador e disseminador da imagem da Bahia.
Entre as ações estão a construção de um palco móvel no Pelourinho; a revitalização da Praça Castro Alves; recuperação do Terminal Náutico; implementação de bases de apoio ao turista na Baía de Todos-os-Santos; melhorias na sinalização rodoviária e turística de Salvador e obras de acessibilidade no Porto da Barra.
 
Farol da Barra: um dos cartões-postais da capital baiana. Foto: Shutterstock
DE CIMA A BAIXO
O turista com mínimas habilidades fotográficas logo vai notar que o panorama mais bonito de Salvador se descortina ao lado do Elevador Lacerda. Do alto de suas torres, é possível admirar a vista da Baía de Todos-os-Santos, o Mercado Modelo e, ao fundo, o Forte São Marcelo. Melhor ainda se for em um dia ensolarado, com céu azul. Mesmo com a vista de deixar qualquer um boquiaberto, torna-se difícil ignorar o forte cheio de urina e o assédio insistente de pedintes e de vendedores de água e fitinhas de Nosso Senhor do Bonfim.
O monumento é o primeiro elevador urbano do mundo e marco para efeitos de geolocalização entre as cidades Alta e Baixa. Em 8 de dezembro de 1873, quando foi inaugurado, era também o mais alto do mundo, com cerca de 60 metros de altura. O elevador cumpre a função de transporte público entre as praças Cairu, na parte de baixo, e Thomé de Souza, no alto. 
O elevador mais famoso da Bahia chega a transportar 900 mil passageiros por mês ou, em média, 28 mil pessoas por dia ao custo de R$ 0,15 por passageiro. O percurso dura 30 segundos. Por sua importância histórica e pela paisagem, é hoje um dos principais pontos turísticos da cidade e cartão-postal de todo turista.
Na Cidade Baixa é possível visitar o Mercado Modelo, com seus boxes repletos de roupas e artesanato com custos elevadíssimos. A ordem por aqui é pechinchar. Também é na Baixa que fica o Centro Náutico, de onde partem escunas para passeios pela Baía de Todos-os-Santos.
 
Centro histórico abriga o maior conjunto arquitetônico barroco da América Latina. Foto: Eliane de Souza
PELOURINHO
Um dos lugares mais autênticos de Salvador é o Pelourinho. O Centro Antigo abriga o maior conjunto arquitetônico barroco da América Latina, com dezenas de prédios e monumentos que impressionam pela beleza e riqueza cultural. Esteja preparado para andar muito, com sapato confortável para enfrentar o passeio em calçamento pé de moleque. Também prepare o espírito para o assédio de vendedores ambulantes insistentes e de baianas caracterizadas cobrando por fotografias. 
Um dos tesouros arquitetônicos é a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, situada em plena Ladeira do Pelourinho, e a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, que tem como principal característica paredes e detalhes interiores folheados a ouro. A região também conta com atrativos interessantes, como o conjunto de restaurantes de culinária diversificada, que servem desde comidas baiana e sertaneja até pratos da cozinha internacional. Tudo em meio a lojas de artesanato, camisetas e casas especializadas em penteados afro.
Ainda no centro histórico da capital é possível curtir os ensaios de blocos como o Olodum, que encanta baianos e turistas com o som inconfundível das batucadas em tambores coloridos. 
Sob o ponto de vista cultural, Salvador é a mais miscigenada das cidades brasileiras, com características próprias e marcantes que não são encontradas em nenhum outro lugar do mundo, a exemplo dos elementos herdados de índios nativos, escravos africanos e colonizadores portugueses.
A miscigenação da cultura marca tamb&eac


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