Mioma uterino

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Raquel de Medeiros

Sangramento, dor e aumento de volume abdominal indicam suspeita diagnóstica Foto: Divulgação
O mioma é um tumor benigno do músculo uterino. É geralmente encontrado em 20% das mulheres em idade reprodutiva, mas pode ser observado em até 50%. Ao fazermos uma analogia entre o útero da mulher com uma pera, poderíamos dizer que o mioma é um tumor que tem como origem a parte branca da fruta. Ele pode crescer na própria parede (mioma intramural), fazer saliência para fora (mioma subseroso) ou crescer para dentro do útero (mioma submucoso). A paciente pode ter um ou mais miomas, com alguns milímetros ou até vários centímetros.
 
O quadro clínico vai depender das dimensões, da quantidade e localização do mioma. Assim, se crescer para dentro do útero, pode provocar aumento do fluxo menstrual ou outros sangramentos, bem como a infertilidade. Os miomas intramurais também causam  cólicas e os subserosos são assintomáticos – mas, se crescerem muito, podem comprimir os órgãos locais, causando sintomas urinários e intestinais.

Diagnóstico
As alterações no fluxo menstrual, sangramento, dor ou aumento de volume abdominal indicam a suspeita diagnóstica. O exame ginecológico pode demonstrar a saída do mioma (parido) e o toque pode revelar o útero aumentado e bocelado. O tumor é mais frequentemente diagnosticado pela ultrassonografia, que mostra formações arredondadas, por vezes deformando o útero.  A ressonância magnética, por sua vez, é mais utilizada para determinar com precisão a sua quantidade e localização. E a vídeo-histeroscopia observa o interior do útero, ajudando na confirmação diagnóstica e diferencial de pólipos endometriais e na localização precisa da porção intracavitária (submucosa).
 
Tratamento
Nem sempre há necessidade de intervenções cirúrgicas e os tratamentos clínicos não são definitivos. Estes podem ser à base de anticoncepcionais orais, por longo período, para tentar bloquear seu crescimento, ou com análogos do GnRH, que impede a formação de hormônios femininos. Este último tratamento deve ser feito por curto período de tempo, geralmente para possibilitar a cirurgia conservadora. 
 
O recurso cirúrgico pode ser a retirada do útero (histerectomia). Mas quando há desejo da paciente ou possibilidade de gestação futura, pode-se realizar a operação conservadora (miomectomia). Normalmente, esta é realizada por videolaparoscopia ou vídeo-histeroscopia, técnicas endoscópicas que possibilitam a retirada de miomas com mínimo trauma ao organismo e mantêm a estética abdominal. Quando os tumores são múltiplos ou exageradamente grandes, realiza-se a laparotomia (corte no abdômen) para que o cirurgião possa apalpar o útero para encontrar os intramurais. Com a cirurgia, é possível retirar todos os miomas, mas alguns pequenos podem permanecer. A decisão nem sempre é fácil em mulheres inférteis, pois pode ser difícil imputar ao mioma a causa da infertilidade. 



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