Negócios da web

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Erica Gonsales

Caroline abriu o blog Peneirinha para vender bijuterias criadas por ela e outras peças garimpadas

Os motivos podem ser os mais variados, mas o que geralmente motiva profissionais a buscarem na internet uma plataforma para começar seu próprio negócio são a  aparente facilidade e o baixo custo. Afinal, o investimento que se faz para ter um espaço físico e alguns funcionários é sempre bem maior do que o de criar um site e  trabalhar de casa, certo? Sim e não. Em um primeiro momento é, sim, possível investir bem pouco e não demorar para começar a lucrar com blogs especializados, lojas virtuais e até vídeos no Youtube. Este mercado está aquecido e promete infinitas oportunidades a quem tem boas ideias e está disposto a investir em pesquisa e conhecimento para começar a ganhar dinheiro por conta própria.

São 79,9 milhões de brasileiros com acesso frequente à internet, sendo 68 milhões com conexão disponível em suas casas. Isso representa 80 milhões de consumidores em potencial. Em 2012, o e-commerce (comércio na web) teve aumento de mais de 20% em relação a 2011, segundo pesquisa da e-bit, empresa que consolida dados do setor nacional. Para este ano, o IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo) prevê salto de 35% no varejo on-line. 
É fato que este mercado está crescendo, e rápido. Na verdade, em velocidade maior do que a de profissionais disponíveis e qualificados para o segmento. Levantamento realizado pela e-bit em parceria com a Universidade Buscapé Company revela que 65% dos candidatos a ocupar vagas oferecidas no setor não estão preparados. Entre as maiores demandas estão as funções de designer, desenvolvedor de web e de plataformas móveis, gerência de e-commerce, marketing digital, mídia social, logística, benchmarking, metadados e call center.
E não é só de comércio virtual que vive o trabalhador on-line. É possível lucrar também escrevendo sobre assuntos específicos em blogs ou postando vídeos caseiros no Youtube. Um exemplo famoso de sucesso na página de vídeos é o do jovem carioca Felipe Neto, que chegou a ganhar R$ 7.000 por mês com sua série Não Faz Sentido. Com estrutura muito simples, o humorista faz críticas bem-humoradas sobre atualidades tendo como cenário a parade de seu quarto. Chegou a emplacar programa na TV paga e seu canal já contabiliza mais de 150 milhões de visualizações. 
Quando o assunto são blogs, o segmento de moda desponta entre os que têm rendido milhares de cliques e patrocinadores, alçando as blogueiras fashion ao posto de especialistas, com convites VIP para semanas de moda no Brasil e no exterior. A tendência do crescente interesse por este segmento se confirma também pelos dados de negócios no e-commerce: no ano passado, a categoria mais vendida foi Moda e Acessórios, com 12% do volume de pedidos, seguida por Eletrodomésticos, com 11%.
 
AGORA É MODA
Antenadas no mercado e dispostas a mudar o estilo de vida, as amigas Vivian Tempel Wroclawski e Tânia Karine Kuaye resolveram apostar em um nicho de mercado em ascensão, com roupas e acessórios de luxo seminovos. Há um ano, lançaram o Lebeh, brechó especializado em vendas on-line de bolsas e acessórios de marcas renomadas, como Chanel, Marc Jacobs, Louis Vuitton, Michael Kors, Gucci, Dior e Victor Hugo. “Apostamos  em uma nova tendência mundial. Deixamos nossos empregos habituais e começamos  a captar roupas e acessórios novos e seminovos, autênticos e originais, das mais estilosas marcas e de cobiçados designers. O objetivo era um só: vender essas peças por um preço muito mais acessível, o que tem dado certo”, explica Tânia. 
A aposta tornou-se a única fonte de renda das sócias, que deixaram empregos fixos na área de marketing em busca de um modelo de trabalho que permitisse mais liberdade em suas rotinas. “A gente montou um home office, com uma estagiária, mas basicamente trabalhamos de casa. A Tânia mora em Santos e nos encontramos uma vez por semana. Usamos muito as ferramentas de comunicacão on-line também, como Viber, WhatsApp e Skype”, conta Vivian, que pretende fazer o negócio crescer ainda mais neste ano. “Estamos estáveis, mas dá para expandir mais, ter divulgação maior. É um mercado que ainda tem muito para crescer”, acredita a empresária. 
O diretor da Universidade Buscapé Company, Daniel Cardoso, confirma a expectativa das sócias da Lebeh. “Tem muita gente no varejo de vestuário, setor que era insignificante uns anos atrás e que agora está no top 3. O consumidor já está mais acostumado a comprar roupas pela internet”, garante. 
 
Também dentro do segmento da moda, mas ainda em estágio modesto, a produtora e designer de bijuterias Carolina Sbrana Sciotti abriu blog para vender suas criações, além de peças garimpadas por ela, o Peneirinha (www.peneirinha-acessorios.com). Em junho de 2011, apaixonou-se por um argentino e resolveu deixar de lado a carreira de produtora de vídeos em São Paulo para viver com o amado em Buenos Aires. “Quando comecei com o blog, estava literalmente perdida. Sempre soube que não tinha nascido para trabalhar para os outros e andava especialmente incomodada com a forma como a maioria das empresas lidam com hierarquia e as relações interpessoais”, recorda. 
Antes de ofertar suas bijoux pela internet, as carregava consigo em uma maletinha e mostrava em reuniões com amigas. Apesar de ainda não ter alcançado renda satisfatória com as vendas on-line, Carolina já conseguiu público maior e acredita que o sucesso está por vir. “Neste ano, quero continuar modernizando o site e intensificar o marketing para divulgar mais nossa empresa em cidades do Interior e em outras capitais do País”, planeja. 
 
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Carolina está certa ao estabelecer o marketing como próxima prioridade em seu negócio. “Às vezes, o empreendedor fica tão preocupad


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